Rui Veloso: “As letras das músicas em Portugal são quase da pré-primária”

“Em termos de escrita, e tirando algumas coisas do hip-hop em que se fala dos problemas do quotidiano, as letras são muito pueris”, acredita Rui Veloso
“Em termos de escrita, e tirando algumas coisas do hip-hop em que se fala dos problemas do quotidiano, as letras são muito pueris”, acredita Rui Veloso
Rui Veloso acredita que “em termos de escrita, e tirando algumas coisas do hip-hop em que se fala dos problemas do quotidiano, as letras [das músicas em Portugal] são muito pueris, às vezes quase de pré-primária. E não sou eu, com 65 anos, que cantei coisas sérias do [Carlos] Tê, que vou cantar coisas que não fazem sentido para a minha idade”.
Atualmente em digressão, Rui Veloso, que esta sexta-feira dá o segundo de dois concertos no Coliseu do Porto, deu uma entrevista ao “Correio da Manhã” na qual comenta a qualidade das letras que hoje se fazem em Portugal. Considerando que em Portugal “a música anda sempre subalterna às palavras”, Rui Veloso diz não ver alguém que pudesse escrever para si, e volta a afastar a possibilidade de regressar à parceria com Carlos Tê: “Não há hipótese nenhuma. Isto foi como um casamento, chegou um dia que acabou.”
Na mesma entrevista, Rui Veloso põe também de parte a ideia de voltar a gravar. “É caro e as editoras querem é comer-te vivo. As coisas pioraram e ainda mais com plataformas como o Spotify, que são gangues instituídos."
Depois do concerto desta sexta-feira, 28 de outubro, no Coliseu do Porto, Rui Veloso toca no Teatro Municipal de Bragança (dia 29), no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra (4 de novembro), na Póvoa de Varzim (18, 19 e 20 de novembro), no Cine-Teatro de Estarreja (10 de dezembro) e no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal (12 de dezembro). Nestes espetáculos, apresenta-se com dois guitarristas: Alexandre Mania e Eduardo Espinho.
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