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Capitão Fausto com Martim Sousa Tavares no Super Bock Super Bock: a prata da casa vale ouro

Os Capitão Fausto apresentaram as suas canções - e uma bonita versão do brasileiro Tim Bernardes - com um ensemble escolhido e dirigido pelo maestro Martim Sousa Tavares. O público, bem numeroso, aprovou a combinação
Capitão Fausto com Martim Sousa Tavares no Super Bock Super Bock: a prata da casa vale ouro

Lia Pereira

Jornalista

Capitão Fausto com Martim Sousa Tavares no Super Bock Super Bock: a prata da casa vale ouro

Rita Carmo

Fotojornalista

Neste derradeiro dia de Super Bock Super Rock, num pavilhão especialmente bem composto, os Capitão Fausto são uma banda da casa a jogar em casa, mas com visitas. Como indica o cartaz, neste concerto o grupo de Alvalade faz-se acompanhar por Martim Sousa Tavares, o maestro que para a ocasião escolheu um pequeno ensemble que vestirá canções como 'Boa Memória' ou 'Amanhã Tou Melhor' de arranjos delicados. Nem sempre a acústica da arena será amiga de todos os instrumentos (em palco, além das "carcaças habituais do costume", como Tomás Wallenstein apresenta a sua banda, há violinos, viola, contrabaixo, violoncelo, flautas, saxofone, trompete, clarinete, vibrafone, percussão). E, mais uma vez, é possível que este espetáculo, uma espécie de versão mais reduzida do concerto com a Orquestra das Beiras que os Capitão Fausto deram mesmo à porta da pandemia, respirasse melhor no verão do Meco. Mas concentremo-nos nas coisas boas, que aqui não faltam.

Quando o piano de Tomás Wallenstein nos traz as primeiras notas de 'Amor, a Nossa Vida' , lembramo-nos que o Meco pode não ser literalmente para sempre, mas que (também) é uma sorte podermos estar, à hora a que geralmente os humanos jantam, numa sala cheia de gente atenta, a ouvir uma canção tão bonita como esta, com um arranjo criado especialmente para a ocasião - para nós, portanto.

O encantamento prolonga-se quando, logo a seguir a 'Amor, a Nossa Vida', chega 'Recomeçar', a versão dos Capitão Fausto & Martim Sousa Tavares para a canção de Tim Bernardes. Tema-título do mágico álbum de estreia (a solo) do brasileiro, assenta que nem uma luva ao momento, dotado de certa emoção e solenidade.

O grande entusiasmo da plateia verificou-se porém, e naturalmente, com êxitos como 'Boa Memória', clássico do cancioneiro dos Capitão Fausto; 'Os Dias Contados' ou, mesmo a fechar, 'Santa Ana', jovialíssima recordação do primeiro álbum do quinteto, "Gazela", esta noite apresentada com um arranjo quase tropical, a condizer com 90% das camisas avistadas neste festival. Foi mais um belo concerto nesta noite que, entre Mayra Andrade e Foals, nos deu muitos motivos para sorrir no palco maior do festival.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: LIPereira@blitz.impresa.pt

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