“Hoje não fazemos apenas um jornal que vai para as bancas à sexta-feira, mas fazemos também um jornal que está no telemóvel, nos podcasts, nas newsletters. São várias formas, mas a preocupação é a mesma, a qualidade do jornalismo”, disse João Vieira Pereira. Foi o início de uma longa conversa. A plateia tinha rugas, cabelos brancos e olhar vivo.
Eram poucas as cadeiras vazias no auditório da Universidade Sénior da Beira Interior (USALBI) para a aula de jornalismo em que o diretor do Expresso partilhou os desafios da profissão, e escutou comentários e perguntas. Ao longo de duas horas, falou-se da morosidade da justiça, de política e de políticos, do papel da mulher, de algoritmo (e de viroses), de redes sociais, de oportunidades (e da falta delas). Das “cinco pessoas que mandam nas notícias em Portugal”. João Vieira Pereira foi explicando como se trabalha numa redação, quais as fontes de informação, e os jogos de força que a rodeiam. E como os jornalistas têm de trabalhar para garantir a independência.
Os alunos da USALBI foram deixando comentários e colocando questões. Muitos deles eram alunos de Jornalismo, do professor Paixão. O professor, entusiasta repórter da Beira Baixa TV, tinha o microfone azul da web-TV pousado na mesa. Horas antes acompanhara em direto a inauguração da exposição dos 50 anos do Expresso no centro da cidade. Agora estava ali com os seus alunos, Tem duas turmas semanais repletas. Conta-nos que nas primeiras aulas falou-lhes de jornalismo, passando depois a analisar a atualidade, os grandes temas. “Por isso estavam tão bem preparados e informados”.
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