Expresso 50 anos

Universidade Sénior de Castelo Branco: "o que nós fazemos aqui é digitalizar"

Universidade Sénior de Castelo Branco: "o que nós fazemos aqui é digitalizar"
José Fernandes

Luís Paixão. o professor de jornalismo da Universidade Sénior de Castelo Branco recebeu com satisfação o desafio de por os alunos a ler o Expresso em digital. Numa sessão participada, receberam o diretor do Expresso para duas horas de conversa.

Marina Almeida

“Hoje não fazemos apenas um jornal que vai para as bancas à sexta-feira, mas fazemos também um jornal que está no telemóvel, nos podcasts, nas newsletters. São várias formas, mas a preocupação é a mesma, a qualidade do jornalismo”, disse João Vieira Pereira. Foi o início de uma longa conversa. A plateia tinha rugas, cabelos brancos e olhar vivo.

Eram poucas as cadeiras vazias no auditório da Universidade Sénior da Beira Interior (USALBI) para a aula de jornalismo em que o diretor do Expresso partilhou os desafios da profissão, e escutou comentários e perguntas. Ao longo de duas horas, falou-se da morosidade da justiça, de política e de políticos, do papel da mulher, de algoritmo (e de viroses), de redes sociais, de oportunidades (e da falta delas). Das “cinco pessoas que mandam nas notícias em Portugal”. João Vieira Pereira foi explicando como se trabalha numa redação, quais as fontes de informação, e os jogos de força que a rodeiam. E como os jornalistas têm de trabalhar para garantir a independência.

Os alunos da USALBI foram deixando comentários e colocando questões. Muitos deles eram alunos de Jornalismo, do professor Paixão. O professor, entusiasta repórter da Beira Baixa TV, tinha o microfone azul da web-TV pousado na mesa. Horas antes acompanhara em direto a inauguração da exposição dos 50 anos do Expresso no centro da cidade. Agora estava ali com os seus alunos, Tem duas turmas semanais repletas. Conta-nos que nas primeiras aulas falou-lhes de jornalismo, passando depois a analisar a atualidade, os grandes temas. “Por isso estavam tão bem preparados e informados”.

Alunos da Universidade Sénior de Castelo Branco assistiram a sessão sobre jornalismo
José Fernandes

O diretor da USALBI, Arnaldo Brás, apresentou a universidade sénior albicastrense, com 700 alunos e polos na cidade de Castelo Branco e em todas as freguesias. Martinha Lima, de 78 anos, é uma das alunas, há uma década. Professora reformada, está inscrita nas aulas de poetas escritores, história cultural, informática, jornalismo e pilates. Todos os dias vai à USALBI. Manuel Oliveira Reis recebeu aplausos de toda a sala quando se entusiasmou a lembrar quem lutou pela liberdade no jornalismo: “O mais importante é a liberdade de falar!” Já João Malcata, leitor do Expresso há 40 anos perguntou se não tinha direito a medalha, soltando a boa disposição geral.

No final de duas horas cheias, João Vieira Pereira ofereceu aos participantes no debate um vale que dá acesso gratuito ao Expresso Digital durante três meses. “É ótimo, o que nós fazemos aqui é digitalizar”, logo disse o professor Luís Paixão.

O auditório foi-se esvaziando, com os seniores a saudar a iniciativa do Expresso e a lançar a ideia de visitar a redação, em Lisboa. Quando toda a sala ficou deserta, a D. Lena foi deixar as folhas de presença para a aula da manhã: Chi Kung. A USALBI não para.

Ao longo de duas horas falou-se da morosidade da justiça, de política e de políticos, do papel da mulher, de algoritmo, de redes sociais
José Fernandes

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