Crise climática

Ativistas pelo clima juntam-se em Oeiras em solidariedade com colegas detidos

Ação de protesto promovida pelo movimento coletivo de estudantes "greve climática estudantil" junto das instalações onde se vai realizar a reunião do Conselho de Ministros marcada para esta manhã. O movimente luta pela justiça climática e querem 100% energia renovável até 2025, 14 de setembro de 2023
Ação de protesto promovida pelo movimento coletivo de estudantes "greve climática estudantil" junto das instalações onde se vai realizar a reunião do Conselho de Ministros marcada para esta manhã. O movimente luta pela justiça climática e querem 100% energia renovável até 2025, 14 de setembro de 2023
MIGUEL A. LOPES

Iniciativa vai decorrer junto do Ministério Público de Oeiras, às 10h, em solidariedade com os jovens detidos na quinta-feira e que terão de se apresentar naquele local. Ativistas defendem fim dos combustíveis fósseis até 2030 e eletricidade 100% renovável e acessível até 2025

Ativistas do movimento Greve Climática Estudantil concentram-se nesta sexta-feira junto ao Ministério Público de Oeiras, onde serão ouvidos os 16 ativistas detidos pela PSP na quinta-feira por terem tentado bloquear o acesso ao Conselho de Ministros, em Algés.

Os ativistas, que tinham marcada para hoje uma marcha pelo clima na Cidade Universitária de Lisboa, anunciaram em comunicado que a iniciativa vai afinal decorrer junto do Ministério Público de Oeiras, às 10h, em solidariedade com os jovens detidos na quinta-feira e que terão de se apresentar hoje naquele local.

No comunicado, os jovens lembram que tanto a ação de quinta-feira como a de hoje têm como reivindicações o fim dos combustíveis fósseis até 2030 e a eletricidade 100% renovável e acessível até 2025.

Com as detenções, o Governo "provou que prefere reprimir e ignorar os jovens, do que aceitar a ciência e criar um plano para a transição justa" que garanta "um futuro num planeta habitável", diz a ativista Beatriz Xavier, porta-voz do protesto.

Os estudantes garantem que este semestre "não vai haver paz até o Governo declarar que este vai ser o último inverno de gás", e convocam "uma onda de ações estudantis pelo fim ao fóssil, a começar a 13 de novembro".

No comunicado em que anunciavam a marcha internacional pela justiça climática de hoje, os ativistas convocavam "estudantes, pais, famílias, professores, cientistas, precários e cidadãos a participarem" no protesto, recordando que a humanidade viveu "os meses de junho e julho mais quentes alguma vez registados".

Lembrando que os desastres climáticos serão tendencialmente cada vez mais extremos e que o Governo "sempre teve conhecimento dos avisos dados pela ciência climática", a organização da marcha lamentava que o executivo tenha escolhido "ignorar e reprimir os estudantes que se manifestavam".

"Não podemos permitir que o governo continue a agravar a crise climática em que já vivemos, escolhendo continuar a investir em combustíveis fósseis, e em particular no gás fóssil. (...) O plano compatível com a ciência e a justiça climática é acabar com os combustíveis fósseis em Portugal até 2030 e transicionar para eletricidade 100% renovável e acessível até 2025, garantindo que 2023/24 é o último inverno de gás no país", alertavam.

A PSP deteve quinta-feira de manhã, por desobediência, 16 ativistas que bloquearam o acesso ao Conselho de Ministros e identificou outros três jovens por terem participado na ação de protesto.

Em comunicado divulgado a propósito da ação, o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP (Cometlis) referiu que às 8h54 de quinta-feira, em Algés, no concelho de Oeiras, decorreu uma manifestação não comunicada nos termos da legislação em vigor promovida pelo grupo Greve Climática e Estudantil de Lisboa.

A PSP sublinha que, durante o protesto, vários jovens bloquearam os portões de acesso às antigas instalações do Ministério do Mar e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), onde decorreu o Conselho de Ministros, acorrentando-se e colando-se aos portões e portas de acesso ao edifício.

No comunicado, a PSP indica ainda que vai ser aberto um processo de inquérito interno para esclarecer as circunstâncias em que decorreram os protestos, uma vez que o local é vigiado pela polícia.

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