COP27

Há 636 lobistas de combustíveis fósseis na cimeira do clima: “influência do petróleo e do gás nas COPs está a crescer”

Durante a cimeira apenas foram autorizadas algumas manifestações num edifício adjacente ao centro de conferências
Durante a cimeira apenas foram autorizadas algumas manifestações num edifício adjacente ao centro de conferências
EMILIE MADI

O número de delegados da indústria dos fósseis presentes nesta cimeira representa um aumento de 25% em relação à COP26. A “influência” das gigantes mundiais do petróleo e gás poluentes está a aumentar, alerta ONG

Há 636 lobistas de combustíveis fósseis na cimeira do clima: “influência do petróleo e do gás nas COPs está a crescer”

Mara Tribuna

Jornalista

Há 636 lobistas da indústria de combustíveis fósseis presentes na cimeira da ONU sobre alterações climáticas, no Egito. Este número representa um aumento de 25% em relação ao ano passado, denuncia a organização não governamental Global Witness, que conclui que “a influência do petróleo e do gás nas COPs está a crescer”.

Há mais lobistas dos combustíveis fósseis do que representantes das dez nações mais afetadas pela crise climática a participar na 27.ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, em Sharm-el-Sheik, alerta a ONG em comunicado.

Trata-se de “um aumento da influência da indústria dos combustíveis fósseis nas conversações sobre o clima, que já estão repletas de acusações de censura da sociedade civil e influência corporativa”, diz a Global Witness.

O elevado número de lobistas dos fósseis é incompatível com os objetivos climáticos que se deveriam alcançar nestas cimeiras, entre os quais travar a emissão de gases com efeitos de estufa e o aquecimento global — consequências que afetam especialmente os países em desenvolvimento, quem menos contribui para a mudança do clima.

Já na COP anterior, em Glasgow (Escócia), estiveram presentes 503 participantes com interesses ligados à indústria fóssil, o que ultrapassou o número de delegados de qualquer um dos países na cimeira do ano passado.

Os dados deste ano foram compilados por três organizações diferentes: Global Witness, Corporate Accountability e Corporate Europe Observatory. “A análise revela a escala a que os atores empresariais com interesses na queima contínua de combustíveis fósseis têm tido acesso a estas conversações críticas”, lamentam.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mtribuna@expresso.impresa.pt

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