COP27

COP27: países em desenvolvimento precisam de €2,4 biliões de financiamento climático por ano até 2030

Uma família segue na direção de um porto seguro, transportando tudo aquilo que consegue, em Jamshoro. As cheias no Paquistão, este verão, afetaram milhões de pessoas
Uma família segue na direção de um porto seguro, transportando tudo aquilo que consegue, em Jamshoro. As cheias no Paquistão, este verão, afetaram milhões de pessoas
YASIR RAJPUT / REUTERS

A conclusão é de um relatório apresentado esta terça-feira na cimeira do clima da ONU. O dinheiro ajudaria os “países em desenvolvimento que não a China” a enfrentar os desafios colocados pela crise climática

Os países em desenvolvimento precisam de cerca de 2,4 biliões de euros por ano, até ao final desta década, para enfrentar as consequências das alterações climáticas e para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, alerta um relatório publicado e apresentado esta terça-feira na cimeira do clima da ONU (COP27), no Egito.

“O mundo precisa de um avanço e de um novo roteiro sobre o financiamento climático que possa mobilizar os biliões que serão necessários até 2030 para as economias emergentes e países em desenvolvimento que não a China”, indica o relatório pedido pelos anfitriões da atual e anterior COP, o Egito e a Grã-Bretanha.

Com este dinheiro, as nações menos desenvolvidas, que são simultaneamente das mais vulneráveis aos efeitos da crise climática, poderão afastar-se dos combustíveis fósseis e reduzir a emissão de gases poluentes, apostar nas energias renováveis, bem como fazer face a fenómenos climáticos extremos, explica ainda o relatório.

Os 2,4 biliões cobririam as necessidades de todas as economias emergentes do mundo, não contando com a China. O montante em causa é bem mais elevado do que qualquer outro financiamento climático proposto até à data para ajudar as nações menos desenvolvidas.

“É razoável esperar que cerca de metade do financiamento necessário provenha de fontes locais, do reforço das finanças públicas nacionais e dos mercados de capitais nacionais”, lê-se. Porém, o restante dinheiro deve vir de financiamento externo, incluindo do Banco Mundial e outras instituições financeiras multilaterais de desenvolvimento.

A compensação de “perdas e danos” e o financiamento climático por parte dos países mais ricos e industrializados — que são também quem tem mais “responsabilidade histórica” na mudança do clima — é um tema-chave desta 27.ª conferência das Nações Unidas que decorre até 18 de novembro, em Sharm el-Sheikh, Egito.

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