Os países em desenvolvimento precisam de cerca de 2,4 biliões de euros por ano, até ao final desta década, para enfrentar as consequências das alterações climáticas e para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, alerta um relatório publicado e apresentado esta terça-feira na cimeira do clima da ONU (COP27), no Egito.
“O mundo precisa de um avanço e de um novo roteiro sobre o financiamento climático que possa mobilizar os biliões que serão necessários até 2030 para as economias emergentes e países em desenvolvimento que não a China”, indica o relatório pedido pelos anfitriões da atual e anterior COP, o Egito e a Grã-Bretanha.
Com este dinheiro, as nações menos desenvolvidas, que são simultaneamente das mais vulneráveis aos efeitos da crise climática, poderão afastar-se dos combustíveis fósseis e reduzir a emissão de gases poluentes, apostar nas energias renováveis, bem como fazer face a fenómenos climáticos extremos, explica ainda o relatório.
Os 2,4 biliões cobririam as necessidades de todas as economias emergentes do mundo, não contando com a China. O montante em causa é bem mais elevado do que qualquer outro financiamento climático proposto até à data para ajudar as nações menos desenvolvidas.
“É razoável esperar que cerca de metade do financiamento necessário provenha de fontes locais, do reforço das finanças públicas nacionais e dos mercados de capitais nacionais”, lê-se. Porém, o restante dinheiro deve vir de financiamento externo, incluindo do Banco Mundial e outras instituições financeiras multilaterais de desenvolvimento.
A compensação de “perdas e danos” e o financiamento climático por parte dos países mais ricos e industrializados — que são também quem tem mais “responsabilidade histórica” na mudança do clima — é um tema-chave desta 27.ª conferência das Nações Unidas que decorre até 18 de novembro, em Sharm el-Sheikh, Egito.
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