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“Isto parece a Amazónia, não parece Portugal”: corte de árvores na Serra da Lousã gera queixa-crime no Ministério Público

“Isto parece a Amazónia, não parece Portugal”: corte de árvores na Serra da Lousã gera queixa-crime no Ministério Público
Silveira Tech

Madeireiros estão a abater árvores em terrenos privados e municipais sem autorização dos proprietários. ICNF e GNR já fiscalizaram e garantem que operador tem documento “legalmente exigido”, mas obtenção deste não exige que madeireiro prove que é dono das árvores que está a cortar

Um auto de contraordenação, dois embargos administrativos, uma queixa-crime e uma providência cautelar. Nada disto foi suficiente para travar o abate de árvores na área protegida da Serra da Lousã.

“Estamos todos estupefactos”, diz Manuel Vilhena, da Silveira Tech. “Isto parece a Amazónia, não parece Portugal. Não parece uma área protegida pela União Europeia”

Em causa está o corte de pinheiros-bravos adultos em terrenos privados e da Câmara Municipal da Lousã, junto à aldeia de xisto da Silveira. Os terrenos fazem também parte da área protegida enquanto Reserva Ecológica Nacional e por diretivas da União Europeia ao abrigo da Rede Natura 2000 (uma “rede ecológica de âmbito europeu que visa assegurar a biodiversidade”).

Segundo denuncia a Silveira Tech (projeto de “turismo regenerativo” que é proprietário de várias casas e terrenos no local), o abate começou a 27 de setembro pela mão do empreiteiro florestal Álvaro Matos Bandeira & Filhos, Lda. “Fui ao local, interpelei [os madeireiros] e chamei a GNR que identificou e procedeu a um auto de contra-ordenação pela abertura de estradas em Rede Natura 2000”, conta o responsável pelo projeto.

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