Desflorestação, exploração ilegal de minério e madeira, invasão de áreas protegidas e territórios indígenas. O crime ambiental é o legado que Jair Bolsonaro deixou na Amazónia. Agora, com Lula da Silva a assumir novamente a Presidência do Brasil, há “esperança” para a maior floresta tropical do mundo. “A primeira coisa que a vitória de Lula significa é o fim da destruição e sabotagem contra a Amazónia”, afirma Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima, a principal rede de grupos ambientalistas do Brasil.
Durante os quatro anos de Bolsonaro, a taxa de destruição da floresta amazónica aumentou 59,5%, segundo os dados divulgados pelo órgão governamental Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), calculados pelo Observatório do Clima. Trata-se do maior aumento alguma vez registado num mandato de um Presidente no Brasil. E só em 2022, o último ano de Bolsonaro no poder, a Amazónia perdeu mais de 10 mil quilómetros de cobertura vegetal — um valor recorde na desflorestação do ‘pulmão verde’ do planeta.
“Nas eleições, os brasileiros iam ter que escolher entre a Amazónia ou Bolsonaro, não dava para ficar com os dois”, continua Marcio Astrini. “Sabíamos que se Bolsonaro ganhasse, a Amazónia provavelmente ia atingir o ponto de colapso, ou ia ser levada a um nível de destruição da floresta muito grande, talvez até irreversível”, acrescenta o líder do Observatório do Clima, do qual fazem parte 76 organizações. De facto, o ex-Presidente brasileiro provocou o maior retrocesso no combate à desflorestação da Amazónia.
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