Segurança

Grupo do jovem detido por massacre em escola do Brasil preparava homicídio de mendigo filmado em direto

Grupo do jovem detido por massacre em escola do Brasil preparava homicídio de mendigo filmado em direto

PJ acredita que o jovem detido no norte do país preparava outros crimes. O suspeito, que está a ser ouvido em primeiro interrogatório judicial no Campus da Justiça, para serem definidas a medida de coação a aplicar-lhe, liderava um grupo de jovens na rede social Discord. E foi o único português identificado pelas autoridades. Polícia brasileira pediu ajuda a Portugal em dezembro

Grupo do jovem detido por massacre em escola do Brasil preparava homicídio de mendigo filmado em direto

Hugo Franco

Jornalista

A Polícia Judiciária acredita que o jovem de 17 anos detido por suspeitas de preparar o massacre numa escola em São Paulo no Brasil, que vitimou mortalmente uma estudante, iria voltar a matar. “Qualquer dia poderiam acontecer outros crimes”, afirmou Luís Neves, o diretor nacional daquela polícia.

Um dos crimes que estava a ser programado por este grupo liderado pelo português era o de um homicídio no Brasil “com laivos de demorado sofrimento” de um mendigo. “As imagens do crime iam ser assistidas online e iria haver pessoas a pagar por elas”, revelou.

Luís Neves salientou que em dezembro do ano passado, a Polícia Federal brasileira pediu ajuda à PJ para encontrar este jovem. “Foi como procurar uma agulha no palheiro para identificar o suspeito. Tratou-se de um trabalho muito moroso, de filigrana, com cooperação internacional e ajuda das plataformas, que não estão interessadas em espalhar mensagens de ódio.”

Este suspeito, que está a ser ouvido em primeiro interrogatório judicial no Campus da Justiça, para serem definidas a medida de coação a aplicar-lhe, liderava um grupo de jovens na rede social Discord.

O português, que reside no norte do país, terá sido o autor moral do ataque cometido por um outro menor numa escola em São Paulo, em outubro do ano passado. Mas estará igualmente por trás de outros crimes.

Há duas semanas, a Polícia Federal deteve um cúmplice deste grupo, com apenas 15 anos de idade.

Segundo a PJ, este português é suspeito dos crimes de homicídio qualificado, ofensas à integridade física qualificada e discriminação e incitamento ao ódio e à violência. A estes crimes, acresce, ainda, a prática de crimes pornografia de menores.

O jovem promovia também o nazismo, incitando a comportamentos extremistas. E tinha como "missão” de cometer massacres em escolas (filmados e transmitidos através do telemóvel) e, ainda, a partilha e venda de pornografia infantil.

O suspeito também partilhava transmissões ao vivo de agressões contra animais que levaram à sua mutilação e morte, de jovens a beber detergente e a auto mutilarem-se com objetos cortantes. “Através de um ideário particularmente violento e extremista, o jovem detido prestava conselhos quanto ao modus operandi e indumentária a envergar pelos demais intervenientes aquando da preparação e prática dos crimes”, referiu a PJ.

Luís Neves realça o fenómeno de “jovens que vivem isolados com comportamentos anti-sociais e que vivem da impunidade que as redes sociais lhes dão”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: HFranco@expresso.impresa.pt

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