Saúde

Federação Nacional dos Médicos acusa ministra de “grave violação da lei” ao recusar negociar com aquela estrutura sindical

Federação Nacional dos Médicos acusa ministra de “grave violação da lei” ao recusar negociar com aquela estrutura sindical
Rui Oliveira

A Federação Nacional do Médicos anunciou que acionou os "mecanismos legais disponíveis" para garantir o cumprimento da negociação coletiva, alegando que a recusa da ministra em negociar constitui "uma grave violação da Lei"

A Federação Nacional do Médicos (Fnam) enviou ofícios à Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) e ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, bem como cartas ao primeiro-ministro e ao Presidente da República, para que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, cumpra a lei convocando a federação e as demais entidades envolvidas para uma negociação que considere as contrapropostas apresentadas, anunciou aquela estrutura sindical num comunicado enviado às redações.

"Desde o início do mandato de Ana Paula Martins os médicos têm enfrentado a recusa sistemática do Ministério da Saúde (MS) em dar prioridade à negociação das tabelas salariais para todos os médicos, bem como à duração e organização do tempo de trabalho - medidas exigidas pela Fnam para garantir melhores condições de segurança e saúde no trabalho", salienta.

Para a federação, esta postura configura "uma grave violação da lei, da qual o Ministério da Saúde não poderá alegar desconhecimento".

"Não obstante várias interpelações, o Ministério da Saúde recusou sistematicamente o cumprimento do processo negocial com a FNAM, afirmando que a discussão das tabelas salariais só ocorreria em 2025. Esta alegação é desmentida pelos factos, uma vez que o Ministério da Saúde está a negociar as tabelas com outra estrutura sindical médica ainda em 2024", realça.

Enquanto estrutura sindical que "mais médicos representa no Serviço Nacional de Saúde", a Fnam considera que "esta recusa reiterada em cumprir com os procedimentos da negociação coletiva, além de ilegal, demonstra um desrespeito total de Ana Paula Martins para com toda a classe médica, e que prejudica, com dolo, o SNS".

A Fnam, liderada por Joana Bordalo e Sá, reafirma a defesa de soluções que atraiam e fixem médicos no SNS, que incluem "uma negociação séria e transparente, assegurando salários base justos, melhores condições de trabalho com revisão da jornada semanal para todos os médicos especialistas e internos sem perda de direitos, bem como a devida valorização e progressão na carreira".

Nas cartas enviadas ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, e ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a Fnam junta o requerimento do Pedido de Conciliação para entidades oficiais, que visa permitir "um conhecimento mais aprofundado das matérias em análise e essenciais à melhoria do funcionamento do SNS, prioridade desta Federação Sindical".

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