Saúde

Portugal continua a ter excesso de partos por cesariana

Sala de partos no São Francisco Xavier
Sala de partos no São Francisco Xavier
José Fernandes

Dados da Entidade Reguladora da Saúde mostram que Portugal continua a ter um número muito elevado de nascimentos com intervenção cirúrgica e acima da meta recomendada pela OMS. No setor privado a percentagem chega a 65%

Confirma-se a tendência crescente de partos por cesariana nas unidades de saúde em Portugal. Números da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) indicam que no total de crianças nascidas entre 2022 e 2023, 38% foram cesarianas. A percentagem é elevada e mantém Portugal entre os países europeus com piores resultados face à meta inferior a 20% recomendada pela Organização Mundial da Saúde.

Os dados divulgados esta quinta-feira indicam que nas maternidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) a taxa de nascimentos com intervenção cirúrgica foi de 31,9%. No setor privado o número chega a 64,8%. O recurso à cesariana foi urgente na grande maioria dos casos nas unidades públicas (65,2%) enquanto nos estabelecimentos fora da rede pública 54,3% dos partos cirúrgicos foram programados. “Globalmente, 50,8% das cesarianas ocorreram sem trabalho de parto, tendo sido mais frequentes nos privados (59,5%) do que no SNS (38,7%)”, lê-se na nota enviada às redações.

O recurso à cesariana é um indicador de qualidade dos cuidados prestados e no capítulo das fatalidades o regulador dá conta 738 óbitos fetais e neonatais (0,46%). A taxa foi mais elevada na região de Lisboa e Vale do Tejo (0,52%).

No geral, foram realizados 160.212 partos, dos quais 81,4% em estabelecimentos do SNS e 18,6% em unidades do setor privado. “A maioria dos 58 estabelecimentos de obstetrícia e neonatologia onde se realizaram partos encontrava-se nas regiões de saúde do Norte e de Lisboa e Vale do Tejo (74,1%).”

É ainda dada nota de que o Algarve e Lisboa e Vale do Tejo registaram rácios de partos superiores à média nacional (3,8%). “Foram registados 161.559 nascimentos, a maioria ocorreu na região de Lisboa e Vale do Tejo (43,9%) e o menor número no Alentejo (3,0%).”

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