Saúde

Médicos já estão a pressionar a nova ministra da Saúde

Recusa de médicos em fazer mais horas extraordinárias fez encerrar vários serviços de urgência
Recusa de médicos em fazer mais horas extraordinárias fez encerrar vários serviços de urgência
JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Federação Nacional dos Médicos não assinou acordo com o anterior ministro da Saúde e exige à nova titular da pasta o início das “negociações com carácter de urgência”

Ana Paula Martins acaba de tomar posse como ministra da Saúde e já tem os médicos a ‘baterem-lhe à porta’. A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) já enviou “um pedido de reunião urgente para iniciar o diálogo, que se espera mais frutuoso do que as negociações com o anterior ministro”, Manuel Pizarro.

Numa nota enviada, a estrutural sindical explica que “será aliada de todas as medidas que tenham capacidade de reter e atrair médicos para o SNS, com salários justos e condições de trabalho dignas, de forma a reverter a saída de médicos para o sector privado e a emigração”, alertando que “não há tempo a perder”. Os médicos exigem “soluções para que o SNS garanta médicos de família a toda a população, assim como consultas e cirurgias a tempo e horas, em vez de vales para consulta e cirurgias no sector privado”. Ou seja, não vão apoiar uma das bandeiras do novo Governo de ter mais cuidados privados na assistência aos portugueses.

Para “fixar médicos no SNS”, a FNAM prescreve “a reposição da jornada semanal de 35 horas e das 12 horas de trabalho semanal no serviço de urgência, o redimensionamento de listas de utentes dos médicos de família para 1500 utentes e a reposição do suplemento de disponibilidade permanente para a saúde pública”. Além disso, quer “um regime de dedicação exclusiva, opcional e devidamente majorado para todos os médicos do SNS, substituindo o atual regime de dedicação plena, implementado pelo anterior Governo e que viola a Constituição e as diretivas europeias do trabalho”.

Na lista a entregar à ministra da Saúde estão ainda “a reintegração dos internos na carreira médica, a valorização salarial de todos os médicos, sem exceção, a reposição de dias de férias retirados durante a intervenção da troika, bem como a revisão das medidas de proteção da parentalidade para os médicos”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: varreigoso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate