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Saúde

Grávida mandada para casa com bebé morta na barriga quebra o silêncio

Tânia e Luís Pinto revelam à SIC que foram tratados de forma fria pelos médicos que descobriram que a filha estava morta. Contam ainda um episódio relativo à segunda ecografia, em que deveria ter sido detetada a malformação na bebé

A família da grávida que foi mandada para casa com a bebé morta na barriga e que esperou três dias para que o feto fosse retirado vai apresentar queixa contra o Hospital Beatriz Ângelo e contra o laboratório que não detetou uma malformação. O hospital adiou a intervenção alegando que não tinha disponibilidade para realizar o procedimento. A família sublinha que esta decisão agravou ainda mais o sofrimento da perda da bebé.

Tânia e Luís estavam prontos para receber a quarta filha, mas de um momento para o outro, tudo mudou. “A menina mexia-se bem de manhã. Ela [Tânia] vai à consulta, chamam médicos para fazer a ecografia e dizem à minha mulher de uma maneira muito fria: ‘a sua filha está morta’”, conta à SIC o pai, Luís Pinto.

“Nesse dia, propõe que ela vá para um quarto com outra mãe que já tivesse tido o bebé ou que fosse para casa e garantiram que ela entrava no hospital dia 25. Ela veio para casa e no dia 25 chegamos lá, esperamos meia hora e a médica diz que não há vagas”, revela o pai. Tânia voltou no dia seguinte e, durante este intervalo, foi medicada para induzir o parto.

Questionado pela SIC, o diretor clínico do hospital Beatriz Ângelo assume que, nesta circunstância, o normal é que o procedimento se faça “o mais brevemente possível”. Ainda assim, Carlos Simões Pereira afirma que “o que temos que garantir é que seja feito em 48 horas”. “Isso foi feito. Não invalida a angústia sentida”, lamenta.

O pai, Luís Pinto, conta ainda à SIC que questionou os profissionais de saúde sobre a situação da mulher, grávida com a bebé morta ainda dentro da barriga, e a resposta deixou-o incrédulo. “Questionei se achavam correto a minha mulher estar há mais de 24 horas com a bebé morta na barriga e a médica questionou-me se achava correto a minha mulher ir para um quarto”, revela.

Já depois do parto do feto morto, o casal foi surpreendido por uma má formação - lábio leporino e fenda palatina, uma fissura dos palatos mole e duro, possível de detetar na segunda ecografia.

À SIC, Tânia Pinto conta que essa segunda ecografia foi feita no laboratório Unilabs e que demorou cerca de cinco minutos. “O ecrã esteve sempre virado para o senhor que estava a fazer a ecografia. No final, questionei sobre o sexo do bebé, ele virou o ecrã e disse: ‘não vê que é uma menina?!’”, conta a mãe.

Na terceira ecografia, esta já feita no hospital Beatriz Ângelo, foi dito aos pais que estava tudo bem e que não havia qualquer problema com a bebé. “Já fizemos queixa nos livros amarelos na Unilabs e no Beatriz Ângelo e se não obtivemos resposta vamos avançar para o meio jurídico”, garantiu o pai.

A causa da morte da bebé ainda não é conhecida. Durante o internamento, Tânia chegou a falar com o psicólogo de serviço. Na próxima semana, tem consulta agendada pelo hospital Beatriz Ângelo para acompanhamento psicológico.

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