Saúde

Médica que acusou cirurgiões nega responsabilidade na morte de jovem

Médica que acusou cirurgiões nega responsabilidade na morte de jovem

Caso aconteceu há cerca de um mês no Hospital de Portimão e foi noticiado pelo Expresso na edição da passada sexta-feira, Diana Pereira não respondeu aos jornalistas antes da publicação da notícia e recorreu às redes sociais para garantir que a sua atividade foi “sempre acompanhada de internos mais experientes e especialistas que assumiam a orientação dos doentes”

A médica interna que denunciou mais de uma dezena de casos de má prática por dois cirurgiões do Hospital de Faro e que no mês passado esteve envolvida na assistência a uma jovem esfaqueada pelo namorado que acabou por morrer, garante que não teve qualquer responsabilidade no que aconteceu. Diana Pereira afirma não ser verdadeiro o relato feito ao Expresso por fontes hospitalares e médicas publicado na última edição.

Contactada várias vezes, e de diferentes formas, pelos jornalistas que assinam a peça, a médica interna não respondeu até ao fecho da edição e este fim de semana apresentou as suas explicações nas redes sociais.

Escreve que: “Enquanto interna de primeiro ano, nunca orientei, fiz prescrições, orientei sozinha ou dei alta a doentes na urgência do Hospital de Portimão.". Explica que, “fazia apenas o exame físico e a colheita da história com o devido registo clínico sempre acompanhada de internos mais experientes e especialistas que assumiam a orientação dos doentes. É, pois, absolutamente falso que tenha dado alta à jovem.”

Além dos relatos feitos por elementos hospitalares e médicos, o Expresso teve acesso aos registos da observação nas urgências durante a admissão da jovem após ter sido golpeada no pescoço pelo ex-namorado. É o nome da médica interna que aparece como autor da avaliação pela cirurgia geral.

Diana Pereira garante ser igualmente mentira a sua demissão por ocasião da reentrada da vítima no hospital com um agravamento do estado de saúde que viria a ser fatal. Assim como também diz ser falso motivo apresentado para deixar o hospital. O Expresso relata que se deveu a questões do foro mental, como a própria médica interna revelou, também, nas redes sociais, mas Diana Pereira garante agora que não. “Apresentei a minha demissão em 20 de Junho, apesar de só a ter anunciado publicamente a 21, de qualquer forma, antes de a jovem ter regressado ao hospital e da sua posterior morte que, naturalmente, muito lamento.” A jovem deu entrada no dia 22.

“É também, pois, absolutamente falso que me tenha demitido por instabilidade mental quando a jovem voltou à urgência, como afirma o Expresso em destaque. Já não me encontrava ao serviço quando a jovem voltou ao hospital”, escreve no Twitter.

A médica critica ainda a referência feita na peça à Ordem dos Médicos. “Refere a notícia que as ‘suspeitas de negligência’ ainda não foram remetidas às instâncias disciplinares, o que é uma lamentável insinuação, uma vez que a notícia nem refere quem terá tais suspeitas nem a razão porque ‘ainda’ não foram remetidas à Ordem dos Médicos.” As suspeitas são de quem denunciou o caso e que, dado o desfecho fatal, ponderam avançar com outras diligências.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: varreigoso@expresso.impresa.pt

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