O que leva os portugueses a irem às urgências sem terem um caso urgente?
Há duas dimensões. A primeira é a informação. As pessoas podem não estar bem informadas sobre as alternativas que têm e nós temos de continuar a passar-lhes essa informação de forma clara. Depois há aqui uma dimensão de falta de confiança nos processos. Temos uma cultura muito ligada ao hospital. Não é adequado termos o dobro das idas às urgências por ano comparativamente à média dos países europeus. Por isso, este projeto que estamos a iniciar na Póvoa de Varzim e em Vila do Conde, com os centros de saúde a abrirem espaços todos os dias para consultas não programadas, até ao fim de semana, e o hospital a abrir consultas não programadas de várias especialidades, retirando doentes da urgência. Já notámos que os utentes estão a ligar mais para o SNS24, que lhes agenda as consultas com data e hora, e estão a ir mais ao centro de saúde. Ou seja, estamos a divergir da urgência o que não é urgente. Vamos agora avançar para uma segunda fase — onde, se o doente tiver outra resposta adequada ao seu problema, não será atendido na urgência.
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