Saúde

Santa Casa quer vender Hospital da Cruz Vermelha

Santa Casa quer vender Hospital da Cruz Vermelha
Ana Baião

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa pretende alienar os 55% que detém no Hospital da Cruz Vermelha, tendo contratado os serviços do Caixa Banco de Investimento para uma assessoria financeira especializada

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) contratou o Caixa BI, banco de investimento da Caixa Geral de Depósitos (CGD), para vender a totalidade ou parte da sua participação no Hospital da Cruz Vermelha.

Segundo uma publicação feita esta semana no portal Base, a SCML contratou ao Caixa BI, por ajuste direto, serviços de assessoria financeira especializada, no valor de 129.500 euros, visando “a alienação, total ou parcial, da participação social da SCML na sociedade CVP - Sociedade de Gestão Hospitalar”.

O contrato da assessoria financeira foi celebrado a 31 de março, tendo um prazo de 18 meses para a concretização dos trabalhos.

No portal Base não é indicada a existência de outros concorrentes além da Caixa BI neste procedimento. O valor máximo fixado pela Santa Casa para este contrato tinha sido fixado em 140 mil euros.

Fundado em 1965, o hospital lisboeta passou a ser controlado pela SCML no final de 2020, quando a Santa Casa adquiriu uma participação de 55%, ficando os restantes 45% na holding estatal Parpública.

O Hospital da Cruz Vermelha tem vindo a acumular prejuízos. Depois das perdas de 7,3 milhões de euros em 2020 e de 6,7 milhões de euros em 2021, voltou a ter prejuízos no primeiro semestre de 2022 (perdas de 3,16 milhões de euros).

No relatório e contas do primeiro semestre de 2022, a Parpública assumia o seu interesse em vender participações consideradas não estratégicas, como a sociedade gestora do Hospital da Cruz Vermelha, além da Circuito Estoril.

No final de junho de 2022, o Hospital da Cruz Vermelha somava um passivo de cerca de 52 milhões de euros, ficando o ativo nos 42 milhões. A faturação do primeiro semestre rondou os 12,5 milhões de euros, com um crescimento homólogo de 4%.

Desde junho de 2022 que o conselho de administração da CVP - Sociedade de Gestão Hospitalar tem como presidente Adalberto Campos Fernandes (antigo ministro da Saúde), que veio ocupar o cargo de Edmundo Martinho, provedor da SCML.

A comissão executiva também mudou, com Carlos Sá (vindo do grupo Lusíadas) a assumir a liderança, até então com Francisco Ramos (antigo secretário de Estado da Saúde).

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mprado@expresso.impresa.pt

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