Hospital da Cruz Vermelha com prejuízos de €3,2 milhões no 1º semestre

Instituição de saúde, controlada pela Santa Casa e participada pela Parpública, permanece com graves dificuldades financeiras. Estado emprestou-lhe mais 1,2 milhões de euros
Instituição de saúde, controlada pela Santa Casa e participada pela Parpública, permanece com graves dificuldades financeiras. Estado emprestou-lhe mais 1,2 milhões de euros
A sociedade que gere o Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa (HCVP) teve prejuízos de 3,16 milhões de euros no primeiro semestre do ano, refletindo uma melhoria face aos resultados negativos de 3,75 milhões de euros registados em igual período de 2021, segundo o relatório e contas da Parpública, divulgado esta sexta-feira.
Detida em 45% pela holding que agrega e gere as participações sociais do Estado, a CVP- Sociedade de Gestão Hospitalar permanece numa situação financeira complicada que levou, aliás, à venda da participação maioritária, em dezembro de 2019, pela CVP à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). Em 2021 e 2020, a CVP teve resultados líquidos negativos de 6,7 milhões de euros e de 7,3 milhões de euros, respetivamente.
A saída da Parpública estava igualmente prevista, via alienação do capital à SCML, mas a operação arrasta-se indefinidamente e tem dado origem a sucessivos empréstimos da empresa pública à sociedade de gestão do hospital, cujo presidente do Conselho de Administração é, desde maio deste ano, o antigo ministro da Saúde de António Costa, Adalberto Campos Fernandes.
O relatório e contas revela ainda o mais recente financiamento à instituição de saúde, que somou 1,2 milhões de euros. “A rubrica ‘Outros’ no ativo corrente inclui financiamentos concedidos às participadas EFACEC e CVP, no montante de 50 milhões de euros e 1,2 milhões de euros, respetivamente”.
No final de 2019, a CVP já havia sido ajudada com 2 milhões de euros para fazer face a problemas de tesouraria, dívida que permanecia inscrita no relatório e contas de 2021 da Parpública.
O último relatório e contas (referente a 2021) tem a indicação de que, “no caso da CVP-SGH, considerando que a SCML não avançou com a aquisição das ações de que a Parpública é titular, procedeu-se já em 2022 à negociação de um novo acordo parassocial, o qual visou ajustar e equilibrar os poderes e deveres das partes, em função da percentagem de capital detido, do esforço financeiro efetivo de cada acionista e do nível de gestão exigível, sem perder de vista o objetivo de transmitir a totalidade da posição acionista da Parpública na empresa”.
No total, a CVP registou uma faturação de 12.464 milhões de euros entre janeiro e junho, mais 468 mil euros face a igual semestre do ano passado. Em seis meses apenas, o passivo passou de 49,2 milhões de euros, registados em dezembro de 2021, para 52,2 milhões de euros.
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