Migrações

“Tentei fazer a renovação de residência online mais de 74 vezes e não consegui”: imigrantes continuam a desesperar à porta da AIMA

O presidente da AIMA, Luís Goes Pinheiro, vai ser esta terça-feira ouvido pelo Parlamento sobre o funcionamento da agência na Comissão de Assuntos Constitucionais a pedido do Bloco de Esquerda e do Livre

A Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) está a tentar regularizar os 400 mil processos pendentes de imigrantes no país. Contudo, continua a ser alvo de muitas queixas por parte de imigrantes.

Criada em outubro de 2023, a AIMA tem a responsabilidade de concluir o processo de regularização dos imigrantes, no entanto o organismo não consegue responder aos pedidos em tempo útil, o que leva a que alguns processos se prolonguem por mais de dois anos.

As filas começam muito antes das portas abrirem e o desagrado e a preocupação é visível, tal como mostra a jornalista da SIC que se encontra à porta de um dos balcões de atendimento, em Lisboa.

À SIC, uma senhora conta que está desde novembro de 2023 a tentar renovar o cartão de residência do filho de 14 anos.

Apesar de ser apenas um dos rostos da preocupação, é uma das muitas pessoas que aguardam desde madrugada para serem atendidas pela AIMA.

Em entrevista, revela que já tentou “mais de 74 vezes” resolver o problema através do site, tal como é recomendando, e garante que inclusive já se deslocou a um balcão de atendimento em Coimbra, mas a situação não foi resolvida.

Preocupada com a possibilidade do filho ser deportado para o Brasil garante que ninguém a ajuda a resolver o problema.

“É a terceira vez que chego aqui antes das 05:00 da manhã e a resposta é: 'só a informática poderá resolver isso'”.

Com a situação por resolver, a senhora afirma que o futuro do filho está a ser posto em causa.

À SIC, explicou que devido à situação não vai permitir que o filho represente Portugal na Suécia num campeonato de andebol, uma vez que há uma grande probabilidade de o filho não conseguir entrar novamente em Portugal.

A situação da AIMA tem se vindo a agravar com a ameaça de saída de quase um quarto dos trabalhadores da agência.

O presidente daAIMA, Luís Goes Pinheiro, vai ser esta terça-feira ouvido pelo Parlamento sobre o funcionamento da agência na Comissão de Assuntos Constitucionais a pedido do Bloco de Esquerda e do Livre.

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