"Que coisa linda": uma multidão estendeu o saco-cama para a noite mais longa da Jornada

Passar a noite no chão não é problema para Madalena. “Vai ser fácil.” Aliás, para ela, dormir nem é o essencial esta noite. Para Deolinda, a mãe, vai custar um bocadinho. “Passo pior, já sou mais velha”, diz sentada em cima da esteira que lhe vai servir de colchão. Enquanto à sua volta muitos peregrinos deram a noite por terminada, enfiaram-se dentro de sacos de cama, fecharam os olhos e, alguns, já se deixaram levar pelo sono, no altar-palco onde o Papa presidiu à vigília no Campo da Graça, no Parque Tejo, um grupo de artistas continua a entoar cantigas ao jeito de um festival de música que parece não ter fim à vista. O som da música que ecoa e o burburinho de conversas cruzadas de quem não pensa dar descanso ao corpo e à mente nas próximas horas contrastam com o silêncio cortante da celebração.