A vida de Pedro Hispano, como era conhecido o homem que nascera Pedro Julião, está envolta em muitos mistérios. O maior de todos é a queda do teto que lhe ditou a morte, enquanto inspecionava as obras no seu palácio, oito meses depois de ter sido eleito Papa. Os seus detratores – entre os quais se encontravam monges dominicanos – apregoaram que o acidente fora punição divina pelos experimentos científicos de um médico que estudava os mortos para melhor conhecer a anatomia do corpo humano.
A verdade é que já fora terrível a luta pelo poder que antecedeu a eleição deste filho de um país periférico, num tempo em que quase todos os papas eram oriundos do núcleo central do antigo Império Romano (a atual Itália): “Houve cardeais espancados, a máquina eclesiástica não gostava dele, mas Pedro Hispano reuniu apoios suficientes para ser eleito com o nome João XXI, explica ao Expresso o coordenador do departamento de ciências da religião da Universidade Lusófona, Paulo Mendes Pinto. Lembra que “esta eleição é sempre política” e que João XXI “terá tentado pôr ordem” na cúria.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mgoucha@expresso.impresa.pt