Incêndios

Incêndio de Aljezur destruiu uma habitação e segue fora de controlo em direção a Lagos

Incêndio de Aljezur destruiu uma habitação e segue fora de controlo em direção a Lagos
LUÍS FORRA/LUSA

“O fogo está fora da nossa capacidade de extinção e não fez, até agora, qualquer vítima”, disse o segundo comandante regional do Algarve da Proteção Civil

O incêndio que hoje deflagrou na Bordeira, no Algarve, destruiu uma casa de segunda habitação em Aljezur e mantém-se fora de controlo em direção ao concelho de Lagos, indicou a Proteção Civil.

Em conferência de imprensa, o segundo comandante regional do Algarve da Proteção Civil, Abel Gomes, admitiu que o fogo “continua fora de controlo, avançando com intensidade, alimentado pelo vento forte que afeta a região”.

“O fogo está fora da nossa capacidade de extinção e não fez, até agora, qualquer vítima”, notou.

O responsável explicou que o vento, com uma intensidade constante de 30 quilómetros por hora (km/h) e rajadas entre os 50 e os 60 km/h, “tem sido o grande problema no combate”, fazendo com que as chamas tenham avançado 1360 metros por hora, destruindo 52 hectares de mato e floresta em cada hora.

Além do mato e floresta, as chamas destruíram uma casa de segunda habitação, que se encontrava desocupada, “a única situação confirmada até agora”, referiu.

O presidente da Câmara de Aljezur, José Gonçalves, também presente na conferência de imprensa, confirmou a destruição da habitação, explicando que os serviços municipais “andam no terreno a fazer o levantamento e verificar se houve outras casas afetadas”.

Por seu turno, o presidente da Câmara de Lagos, Hugo Pereira, disse que “a grande preocupação está agora na povoação de Barão de São João, uma zona que tem casas dispersas por uma vasta área”.

De acordo com o comandante Abel Gomes, o fogo “terá tido origem em trabalhos agrícolas”, cabendo à Guarda Nacional Republicana a investigação para apurar as causas.

Abel Gomes reafirmou que o vento continua a dificultar as operações de combate ao fogo, decidindo os bombeiros efetuar o combate aos flancos do fogo para diminuir a sua intensidade “para depois atacar a cabeça”.

“Existe um potencial muito grande de as chamas evoluírem rapidamente, sendo a nossa preocupação a segurança de pessoas e animais”, realçou.

Abel Gomes manifestou-se ainda preocupado com as condições meteorológicas, dado que “a previsão aponta a continuação do vento até terça-feira”.

O fogo obrigou também ao corte e condicionamento do trânsito em alguns troços rodoviários, nomeadamente nas estradas nacionais 120 e 268, entretanto reabertas ao tráfego, mantendo apenas a interdição nalgumas estradas municipais, concluiu.

O fogo teve início pouco depois do meio-dia, tendo a Proteção Civil empenhado no combate inicial, entre as 12h36 e as 13h, um total de 63 operacionais, entre bombeiros, sapadores e equipas logísticas, apoiados por cinco meios aéreos e 13 veículos, entre estes últimos duas máquinas de rasto.

A combater o fogo, até às 17h, estiveram envolvidos 329 elementos de várias valências da Proteção Civil, 12 meios aéreos – entre aviões e helicópteros –, 117 veículos, entre os quais sete máquinas de rasto.

De acordo com a página de Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, às 21h25 combatiam o incêndio 487 operacionais, apoiados por 169 viaturas.

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