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“Vamos ver quem cede primeiro. Há sempre milhares de milhões de euros para os bancos, para os boys partidários”, atira líder do STOP

“Vamos ver quem cede primeiro. Há sempre milhares de milhões de euros para os bancos, para os boys partidários”, atira líder do STOP
ANTONIO COTRIM

Professor contratado há 21 anos, André Pestana, coordenador do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação, é um dos principais rostos da luta dos docentes, tendo convocado uma greve por tempo indeterminado desde 9 de dezembro, que já obrigou ao fecho de várias escolas por todo o país. O STOP vai reunir esta sexta-feira com o Ministério da Educação e põe a fasquia alta, garantindo que vai manter os protestos, por mais longos que sejam, até que as principais reivindações sejam atendidas

Independentemente da justeza das reivindicações dos professores, não acha que se está a ir longe demais na greve quando há crianças do 1.º ciclo que estão sem aulas desde 9 de dezembro?
Antes de mais, esta luta não é só de professores. A partir de 4 de janeiro, passou a envolver todos os profissionais de educação, docentes e não docentes. De resto, uma greve, se não incomodar, não tem o efeito pretendido. A História demonstra-nos que grandes conquistas como a licença de maternidade ou o limite máximo de horas diárias de trabalho foram conseguidas com lutas fortíssimas que incomodaram muito mais do que esta. Sobre alunos sem aulas, é importante sublinhar que, nos últimos anos, o que tem provocado falta de aulas a milhares de alunos, não por algumas semanas, mas por longos meses a uma ou mais disciplinas, não são as greves, mas políticas educativas que desvalorizaram tanto quem trabalha nas escolas que já poucos querem abraçar esta profissão. O Ministério encontrou uma forma de o encapotar ao ter baixado os critérios para se poder dar aulas, o que faz com que neste momento haja pessoas sem qualquer formação pedagógica que estão a lecionar. Os pais devem saber isso. Se calhar os seus filhos estão a ter aulas neste momento, mas não com a mesma equidade de alunos de outra escola pública a 10 quilómetros de distância e isso é injusto. Põe em causa o artigo 74 da nossa Constituição, que diz que todos os cidadãos devem ter equidade no acesso e no êxito escolar.

A verdade é que estes protestos têm tido um impacto muito desigual nas escolas. A maioria não fechou nenhum dia, enquanto outras estão sem aulas há semanas, como acontece, por exemplo, em Portimão. Que equidade há nisso?

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