Coronavírus

AstraZeneca. Irmã de homem que faleceu após receber vacina continua a defender benefícios do fármaco

AstraZeneca. Irmã de homem que faleceu após receber vacina continua a defender benefícios do fármaco
YVES HERMAN/REUTERS

Depois de saber da morte do seu irmão ficou em “choque”. Ainda assim, considera que está numa “boa posição” para “reforçar a mensagem de saúde pública”

Expresso

A irmã de um homem que faleceu depois de ter recebido a vacina contra a covid-19 da AstraZeneca, devido à formação de um coágulo sanguíneo, acredita que as pessoas devem, na mesma, receber esta vacina.

Alison Astles, que é farmacêutica, contou à “Sky News” que o seu irmão Neil Astles, com 59 anos, morreu no domingo, dia 17 de março, alguns dias após ter sido inoculado com a AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford.

Depois de saber da morte do seu irmão, Alison ficou em “choque”. Ainda assim, como conta à rede de televisão norte-americana, considera que está numa “posição boa” para “reforçar a mensagem de saúde pública”.

"Continuo a acreditar firmemente que, para o bem maior da população, e para salvar o maior número de vidas que pudermos com esta pandemia, as pessoas devem ser vacinadas contra a covid-19."

Neil Astles começou a ter dores de cabeça e náuseas cerca de uma semana após ter sido inoculado. Depois, foi levado para o departamento de urgências do Hospital Universitário Royal Liverpool, em Inglaterra, numa sexta-feira à noite, e os médicos encontraram um "enorme coágulo de sangue". Acabou por falecer no domingo.

Segundo Alison, a causa de morte do seu irmão ainda não foi oficialmente registada pelo médico-legista, apesar de o hospital ter sugerido que a formação do coágulo de sangue se devia à vacina.

De acordo com o regulador de medicamentos britânico, até ao dia 31 de março foram identificados 79 casos raros de coágulos de sangue no Reino Unido, todos em pessoas que receberam a primeira dose da vacina da AstraZeneca/ Oxford. Destes, 19 morreram, embora não tenha sido estabelecida uma causa em nenhum dos casos.

A Agência Europeia de Medicamentos confirmou esta quarta-feira uma possível ligação entre esta vacina e os casos raros de formação de coágulos sanguíneos. Mas continua a insistir que os benefícios superam os riscos. A diretora-executiva, Emer Cooke, voltou a sublinhar que "o risco de mortalidade de covid é muito maior do que o risco de mortalidade destes efeitos secundários".

De acordo com as conclusões do regulador da UE, a análise a 62 episódios de tromboses venosas no seio cavernoso cerebral e outros 24 episódios raros de tromboses na zona abdominal - num total de 25 milhões de doses administradas (até 22 de março) - permitiu concluir que se verificaram, sobretudo, duas semanas após a primeira dose da vacina e em mulheres com menos de 60 anos. Entre os casos analisados, 18 resultaram em mortes.

A agência europeia ainda não estabeleceu determinados fatores de risco mais associados à ocorrência destes episódios raros.

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