Coronavírus

Covid-19. Novo centro de rastreio do Porto tem capacidade para 400 testes por dia

Covid-19. Novo centro de rastreio do Porto tem capacidade para 400 testes por dia
FERNANDO VELUDO

Após dois dias de testes piloto, unidade de rastreio em modelo “Drive Thru” arranca esta quarta-feira, no Queimódromo, no Parque da Cidade. O sistema instalado pela Câmara do Porto, Unilabs e coordenado pela ARS-Norte vai ser replicado noutros pontos do país. Recolha de amostra é feita a pacientes suspeitos de infeção e sinalizados através da Linha SNS24

Covid-19. Novo centro de rastreio do Porto tem capacidade para 400 testes por dia

Isabel Paulo

Jornalista

O novo centro de colheita de amostras de coronavírus, instalado no Queimódromo, no Porto, arranca esta quarta-feita em modo regular, estando previstos para esta quarta-feira testes a 200 suspeitos de infeção de Covid-19. Porém, Luís Menezes, administrador da Unilabs Portugal, garante que a unidade terá capacidade para 400 testes por dia. Ao centro, coordenado pela ARS-Norte, só podem aceder suspeitos de infeção devidamente referenciados pelo SNS e após terem sido sinalizados através da linha SNS24.

O novo modelo de recolhas, em sistema “Drive Thru”, está validado pela Universidade de Stanford e já foi testado “com sucesso” na Coreia e nos EUA, garante Rui Moreira. O presidente da Câmara do Porto afirma que avançou com a iniciativa após ter sido contactado pela Unilabs Portugal, dado o sistema permitir que um maior número de casos suspeitos seja testado com rapidez e com distanciamento das unidades de saúde, “aliviando a carga nos hospitais e minimizando o efeito de contágio”.

“Entendemos, bem como as autoridades de saúde de saúde, que o Queimódromo era o local ideal, por se tratar de uma zona reservada, no Parque da Cidade”, referiu o presidente da Câmara do Porto, sublinhando que este modelo “Drive Thru“, além de eficiente, “é o que mais protege os pacientes e os profissionais de saúde de contágio indireto”.

FERNANDO VELUDO

O acesso ao local é feito de carro e a recolha, através da introdução de zaragatoa no nariz, efetuada através de uma frincha na janela da viatura. Os resultados são enviados aos utentes através de email num intervalo de tempo de 24 a 72 horas. “Agora estamos a conseguir dar resposta entre 24 a 36 horas, mas se o número de testes se intensificar podemos só ter resultados em 72 horas”, sustenta António Maia Gonçalves, diretor da Unilabs, que garante que todos os resultados são introduzidos na base do SNS.

Até serem conhecidos os resultados, o paciente suspeito fica em isolamento em casa, sendo depois encaminhado para um hospital de referência, se o teste do novo coronavírus fo positivo. As entradas e saídas do centro de recolha são coordenadas pela polícia municipal do Porto e estima-se que a capacidade instalada, com três equipas de médicos e técnicos de saúde, a trabalhar em sistema rotativo durante 24 horas, possa chegar aos 700 testes/dia em pleno funcionamento.

O tempo de recolha da amostra demora entre cinco a sete minutos. O centro de ratreio COVID-19 apenas funciona por marcação, sendo os testes comparticipados na totalidade pelo SNS, razão pela só devem dirigir-se à unidade os cidadãos notificados e à hora que lhes for comunicada.

Carlos Nunes, presidente da ARS-Norte, admite que este sistema de centros de rareio a suspeitos de Covid-19 possa ser replicado noutras cidades do país, apesar de não avançar quais os locais prioritários já sinalizados. “Esta é uma situação nova e que tem de ser avaliada dia a dia”, diz, justificando que a escolha do Porto para o projeto pioneiro em Portugal deve-se ao facto de ter sido à volta deste concelho que se registaram os primeiros focos de infeção. É uma alusão a Felgueiras e Lousada, onde um primeiro paciente, vindo do norte de Itália, contaminou vários familiares e amigos.

A sul do Parque da Cidade estão instaladas duas tendas, onde se encontram instaladas as equipas médicas e material de testes. Carlos Nunes refere que as equipas de técnicos, médicos e até matemáticos coordenados pela ARS-Norte estão a monitorizar a evolução da epidemia para evitar se espalhe de forma descontrolada na comunidade.

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