O Governo português anunciou esta quinta-feira medidas restritivas para conter a propagação do coronavírus Covid-19. Todas as escolas estarão encerradas a partir de segunda-feira, os lares ficam sem visitas e há limitações à circulação e à frequências de restaurantes, entre outros espaços públicos. Confira aqui as 30 medidas que o primeiro-ministro, António Costa, sintetizou como “a luta pela nossa sobrevivência”.
Com o país em estado de alerta a partir desta sexta-feira, como é que o caso português se compara com outros em que também foram adotadas medidas de contenção? Atualmente, Itália é de longe o país com o garrote mais apertado, sobretudo depois de a China, epicentro do vírus, ter vindo a registar cada vez menos novos casos diários.
Todas as escolas italianas estão encerradas, assim como todas as lojas, à exceção de supermercados e farmácias. Até 3 de abril, todas as viagens e reuniões públicas não essenciais encontram-se banidas, e as cantinas das empresas estão fechadas, a menos que seja assegurada uma distância de um metro entre clientes. A situação em Itália já levou a Suíça a encerrar nove passagens secundárias de fronteira com o país europeu mais crítico.
Espanha, França e Alemanha. Escolas encerradas e limitações à reunião de pessoas
Em Espanha, a região de Madrid é a mais afetada, com escolas, universidades, creches e museus de portas fechadas. As sessões parlamentares encontram-se suspensas. Os eventos com mais de mil pessoas estão banidos na capital, em partes do País Basco e na Rioja. Os jogos da principal liga de futebol ficam suspensos durante duas semanas, enquanto outras competições desportivas são disputadas à porta fechada.
As escolas e creches foram também encerradas na região francesa da Córsega, em Montpellier e em duas áreas do norte do país. As visitas a lares da terceira idade estão banidas.
Na maioria dos estados alemães aplica-se a proibição de concentrações de mais de um milhar de pessoas. Os jogos da Bundesliga têm lugar à porta fechada, estando prevista ajuda financeira às empresas que mantêm os seus funcionários em horários reduzidos.
Áustria com medidas menos gravosas, museus fechados nos Países Baixos
No caso austríaco, as restrições são mais ligeiras: eventos em espaços fechados só são banidos a partir das 100 pessoas e em espaços exteriores a partir das 500, o mesmo se passando na Hungria, na Irlanda e na Suécia. À semelhança do caso português, as aulas na Áustria estarão suspensas a partir de segunda-feira, enquanto na Hungria as universidades já se encontram fechadas. Na Irlanda, todas as escolas, universidades e repartições públicas estão encerradas até 29 de março.
Nos Países Baixos, apertou-se a malha aos ajuntamentos e as concentrações de mais de uma centena de pessoas estão proibidas. Os holandeses devem trabalhar a partir de casa se possível. Os jogos de futebol, os concertos e as aulas nas universidades foram canceladas, e importantes museus como o Rijksmuseum e o de Van Gogh estão de portas fechadas.
Ordem para encerrar na Escandinávia. Autoisolamento recomendado no Reino Unido
Na Escandinávia, a ordem é para encerrar. Todas as escolas e universidades dinamarquesas estão fechadas, e todos os funcionários do setor público que desempenham funções não essenciais estão a ser enviados para casa. Na Noruega, escolas e restaurantes encontram-se encerrados, e todos os eventos desportivos foram cancelados. E as autoridades finlandesas recomendaram o cancelamento de concentrações públicas com mais de meio milhar de pessoas, enquanto todos os jogos da liga de basquetebol foram cancelados.
As missas católicas estão suspensas em todo o território belga. Na região de Bruxelas, estão proibidos eventos que juntem mais de um milhar de pessoas, à semelhança do que acontece no Luxemburgo.
Todas as escolas polacas estão encerradas, uma medida que só entrará em vigor na Grécia a 25 de março. Ainda assim, as autoridades helénicas já decretaram o encerramento de ginásios, cinemas e discotecas.
No Reino Unido, que foi poupado à proibição de viagens europeias para os EUA, quem tiver tosse persistente ou febre deve autoisolar-se durante uma semana. Na Escócia, deverá ser decretada uma proibição de reuniões de mais de 500 pessoas, escreve o jornal “The Guardian”.