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Abusos

“A Igreja vai pagar os tratamentos às vítimas: a pessoa vai, apresenta a fatura e nós pagamos”

José Ornelas, no santuário de Fátima
José Ornelas, no santuário de Fátima

José Ornelas tem ao pescoço um coração numa cruz. O símbolo dos dehonianos. “Se escrever no Word vai corrigir para demonianos”, ri-se. Lá fora, a vida no Santuário de Fátima continua como se nada se passasse. Há peregrinos a rezar e o sino continua a dar as horas, imperturbável. Mas o bispo sabe que há um “a partir de agora” desde que se destapou a realidade dos abusos de menores na Igreja

Das conclusões apresentadas pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), a única medida a favor das vítimas é um memorial. Não é pouco?
O relatório da Comissão Independente foi analisado por todas as dioceses e procurou-se preparar para esta reunião um conjunto de atuações que tinham de ser aprovadas pelos bispos antes de serem postas em ação. Estas medidas são muito mais do que um memorial. O primeiro objetivo é o apoio às vítimas, porque foi essa razão que nos moveu neste trabalho com a comissão. Em segundo lugar, a comissão fez um trabalho precioso que nos deu uma ideia sobre a situação que existia na Igreja — e ainda está presente — de abusos. Abusos sérios e dramáticos que têm um efeito devastador. O ponto seguinte é o da ação. Precisávamos de nos encontrar e decidir que decisões tomar. E não é assim tão pouco. E sublinhamos uma política de tolerância zero. Vamos criar um ponto de escuta para já. A dimensão deste fenómeno exige uma resposta da Igreja. Vamos avançar com a revisão de todos os sistemas de formação, nomeadamente nos seminários.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.

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