Média mensal de vistos de trabalho caiu desde anúncio das medidas do Governo para a imigração
TIAGO MIRANDA
O número total de vistos de trabalho e de vistos de procura de trabalho aumentou nos primeiros meses do ano, comparativamente a 2023. Contudo, olhando para a média mensal de vistos emitidos desde o fim da manifestação de interesse, o mecanismo que facilitava a regularização temporária de imigrantes a descontar para a Segurança Social, este valor caiu 24% desde que Luís Montenegro e António Leitão Amaro anunciaram as medidas
Foram emitidos 22.121 vistos para procura de trabalho entre janeiro e agosto deste ano, segundo avança esta quinta-feira o “Público”, citando dados do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE). São mais 65% do que no mesmo período de 2023, com 13.429 vistos aprovados. Os vistos de trabalho aumentaram 15% nos primeiros oito meses do ano, com 9262 vistos de trabalho.
Mas, se é verdade que as entradas de imigrantes em Portugal aumentou nos primeiros oito meses do ano, comparativamente ao período de janeiro a agosto de 2023, as medidas aplicadas rapidamente pelo Governo resultaram numa queda no número de vistos emitidos pelos consultados, nos três meses que se seguiram ao anúncio.
Quando são analisados os dados referentes aos três meses desde a entrada em vigor do Plano de Ação, contando com o fim da manifestação de interesse e a delegação da emissão dos vistos para os consulados, a média mensal de emissão de vistos de procura de trabalho caiu 24% em relação à média mensal total do ano anterior (de 1666 para 1266). Nos vistos de trabalho, o cenário é semelhante: nos três meses desde o anúncio, a média mensal de vistos emitidos foi de 733, enquanto que a média do ano de 2023 foi de 1080 vistos por mês.
O Público explica ainda que, comparando estes três meses de aplicação do pacote sobre a imigração, com a média mensal dos cinco primeiros meses do ano, a queda na emissão de vistos é mais abrupta, de 3664 para cerca de 1266.
Desconhece-se, contudo, se os valores sobre a emissão de vistos de procura de trabalho e de vistos de trabalho se traduz numa redução das entradas no país, numa redução da procura por trabalho, ou se os consulados não estão a processar os pedidos com a mesma eficácia. O jornal recorda que, por exemplo, o Nepal e o Bangladesh não têm consulados, apesar de serem dois dos países de onde originam mais imigrantes, forçando os cidadãos à procura de trabalho a ir a Nova Deli, na Índia.