Portugal tem a taxa de emigração mais alta da Europa e uma das maiores do mundo. A vaga contínua de saídas ao longo das últimas décadas engrossou o número de portugueses no estrangeiro, acelerando a perda de população jovem. De acordo com uma estimativa do Observatório da Emigração, 30% dos nascidos em Portugal com idades entre os 15 e os 39 anos deixaram o país em algum momento e vivem atualmente no exterior. São mais de 850 mil.
O número consta do “Atlas da Emigração Portuguesa”, que será lançado na próxima semana, e é estimado a partir de uma amostra de países de destino da emigração nacional que disponibilizam dados sobre a composição por grupo etário das comunidades estrangeiras residentes, incluindo a portuguesa. “Feitas as contas, extrapolando esse número para o universo de países para onde os portugueses emigram e comparando com a população residente em Portugal com essas idades, concluímos que 30% dos jovens que nasceram no país estão atualmente a viver fora”, explica Rui Pena Pires, coordenador científico do Observatório da Emigração. “É um número muito alto, com um efeito muito complicado na fecundidade”, já que quase um terço das mulheres em idade fértil saíram para a emigração — de tal forma que os nascimentos de filhos de mãe portuguesa no estrangeiro “já equivalem a cerca de 20% do total de nascimentos em Portugal” (ver entrevista).
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