Em 2024, a 29ª cimeira do clima, COP29 deverá ser no Azerbaijão, um país onde os combustíveis fósseis representam 90% das exportações. As regras da ONU impunham que o próximo anfitrião fosse um país da Europa de Leste a assumir a presidência da Conferência das Partes sobre Alterações Climáticas e seguiram-se negociações tensas e difíceis, segundo os jornais Politico e The Guardian.
Depois de avanços e recuos, o grupo de 23 países da Europa de Leste acabou por apoiar a candidatura de Baku. A decisão ainda terá de ser formalizada no plenário da COP28 até 12 de Dezembro, soube-se este sábado.
As tensões geopolíticas tinham deixado a decisão num limbo, com a Rússia a bloquear a hipótese de se escolher um país da Europa de Leste apoiado pela União Europeia. A Arménia e a Bulgária começaram por votar contra, mas acabaram por dar o seu apoio.
O ministro da Ecologia e dos Recursos Naturais do Azerbaijão, Mukhtar Babayev, agradeceu o apoio ao grupo dos países de leste e aos Emirados Árabes Unidos, dizendo estar empenhado “num futuro mais sustentável e seguro para todos”, segundo o jornal Político.
O Azerbaijão é visto pela Human Rights Watch como um país com regime autoritário, que não respeita os direitos humanos e não permite a atuação de organizações não governamentais. E ainda em 2020 travou uma guerra de seis semanas com a vizinha Arménia que levou à morte de milhares de pessoas no enclave de Nagorno-Karabakh.
A jornalista viajou a convite da Fundação Oceano Azul
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