Uma refeição é mais que comida, do que nutrientes e calorias, hidratos e proteínas, açúcares e gorduras. Dentro de um prato cabe a realidade social, económica e laboral que o rodeia, o perfil de quem o confecionou ou o vai consumir. Se é homem ou mulher, citadino ou rural, novo ou velho, doméstico ou empregado, trabalhador remediado ou bem na vida. Mais do que o gosto, o apetite ou a vontade, é o contexto que condiciona ou determina se o pequeno-almoço, almoço, lanche ou jantar dos portugueses se faz em casa, no trabalho, num restaurante, em casa de amigos, da avó ou numa cantina. Ou se a refeição é caseira, pré-feita, meio-meio, cozinhada por quem a come, pela mãe ou pelo chefe que a entregou ao estafeta do take-away.
“É uma combinação de fatores, quase um padrão de vida ao qual as nossas decisões alimentares se ajustam. Mais do que aquilo que comemos, é essa complexidade das circunstâncias, a forma como a sociedade está organizada, o que a nossa cultura determina, que definem as nossas refeições. E muitas dessas variáveis não são controláveis. É para essa perspetiva que a equipa gostaria que se olhasse por uma vez. Foi isso que fizemos”, explica Ana Isabel Costa, a coordenadora do estudo “Como comemos o que comemos”, da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), realizado por uma equipa de investigadores da Universidade Católica de Lisboa e do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto.
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