Sociedade

Governo admite dois dias de tolerância de ponto para funcionários públicos e teletrabalho para todos na vinda do Papa

Bispo Américo Aguiar, representante da Igreja para a JMJ, Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, Ana Catarina Mendes, ministra com a tutela da JMJ no Governo, Marcelo Rebelo de Sousa e Ricardo Leão, autarca de Loures
Bispo Américo Aguiar, representante da Igreja para a JMJ, Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, Ana Catarina Mendes, ministra com a tutela da JMJ no Governo, Marcelo Rebelo de Sousa e Ricardo Leão, autarca de Loures

Ana Catarina Mendes confirmou esta quinta-feira planos para tentar esvaziar as cidades que vão receber a JMJ. Mas lembrou também que é preciso pensar nos que se querem juntar às celebrações. Papa Francisco fica cinco dias em Portugal

O Governo está a ponderar dar tolerância de ponto aos funcionários públicos nos dias 3 e 4 de agosto, quinta e sexta-feira, quando o Papa Francisco estiver em Portugal a celebrar a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). A hipótese, que já estava a ser estudada, ganhou força esta quinta-feira, quando a própria ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, a confirmou, em entrevista à Rádio Renascença. Na quarta-feira, como avançou o Público, Governo e sindicatos da Função Pública estiveram reunidos a discutir a questão.

Como o Expresso escreve na edição desta semana, a ideia de conceder tolerância de ponto para tentar esvaziar o mais possível as cidades que vão receber a JMJ está há muito nos planos de preparação do evento. Com um número de participantes ainda incerto, as autoridades sabem, pelo menos, que a afluência será muito superior a um agosto normal.

Vamos ver, pode eventualmente ser útil, respondeu Ana Catarina Mendes, quando questionada sobre o tema, abrindo a porta à tolerância de ponto. “Estamos a estudar quais são as hipóteses. Temos que pensar que, além dos inscritos, há todos aqueles que gostariam de se juntar às missas de Sua Santidade, o Papa”, disse ainda a ministra que tem a tutela da JMJ.

Uma das questões que está em estudo é precisamente essa: dar tolerância de ponto aos funcionários públicos que trabalham nas cidades que vão receber eventos (ou para toda a Área Metropolitana de Lisboa) ou estender a todo o país para incluir, como disse a ministra, “todos aqueles que gostariam de se juntar”. Recorde-se que o Papa Francisco vai ficar 5 dias em Portugal, chegando numa quarta-feira.

Se alargar a tolerância de ponto ao país inteiro pode levar mais gente a estas cidades, com Lisboa à cabeça, o Governo deverá também recomendar o teletrabalho para todos, permitindo assim que quem não quer assistir às celebrações não tenha de se deslocar.

Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, antecipou-se ao Governo e decretou esta semana tolerância de ponto, mas apenas no dia 4 de agosto, sexta-feira, para os funcionários da autarquia.

“Por forma a permitir que os trabalhadores do município se associem às celebrações deste evento de relevância e dimensão única para a nossa cidade, concedo aos trabalhadores do município de Lisboa tolerância de ponto no dia 4 de agosto”, escreveu Carlos Moedas no despacho em que garante que os trabalhadores de serviços essenciais, que não possam ter tolerância de ponto nestes dias (higiene urbana e segurança, por exemplo) serão compensado “em data a acordar com o respetivo dirigente”.

No mesmo documento, Moedas recomenda ainda o recurso ao teletrabalho em toda a semana da JMJ, que vai de 1 a 6 de agosto, aos trabalhadores cujas funções permitam, “por forma a racionalizar a circulação na cidade de Lisboa”.

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