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O calor extremo matou 2401 pessoas em Portugal no verão passado e a pobreza energética das nossas casas é uma das causas

Na Chamusca, em Santarém, o termómetro já batia nos 38°C às 11h de quinta-feira
Na Chamusca, em Santarém, o termómetro já batia nos 38°C às 11h de quinta-feira

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O calor extremo matou 2401 pessoas em Portugal no verão passado e a pobreza energética das nossas casas é uma das causas

Carla Tomás

Jornalista

Só entre 4 julho e 7 de agosto de 2022 as três ondas de calor registadas tiraram prematuramente a vida a pelo menos 2401 pessoas em Portugal, segundo dados do Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). “Este número de óbitos corresponde a 25% de excesso em relação ao esperado e coincidem temporalmente com períodos de calor extremo”, indica fonte oficial do INSA ao Expresso.

O valor exposto mais que duplica as estimadas 1063 mortes (a 18 de julho de 2022) associadas a este fenómeno extremo e referidas no relatório “Extreme Summer Weather in a Changing Climate: Is Europe Prepared?”, publicado pela Agência Europeia do Ambiente a 13 de junho, que questio­nava se a Europa estaria preparada para os eventos extremos de um clima em acelerada mudança. O relatório dava também conta de que as ondas de calor do ano passado tiraram a vida a 16 mil pessoas na Europa — um valor bem inferior ao grande intervalo (entre 20 mil e 70 mil mortes) apontado para o excesso de mortalidade na Europa (1953 em Portugal) causado pela onda de calor no verão de 2003.

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