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Investigadoras relatam alegadas práticas de assédio sexual em Coimbra. Centro de Estudos Sociais vai investigar

Investigadoras relatam alegadas práticas de assédio sexual em Coimbra. Centro de Estudos Sociais vai investigar
Catherine Falls Commercial

Capítulo publicado num livro académico é assinado por três investigadoras, sem identificar país, instituição ou alegados autores do assédio. Mas pelo currículo percebe-se que é o Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra que une as autoras e que é implicado nos relatos. A própria instituição reconheceu-o num comunicado interno em que comenta as “alegações sobre condutas anti-éticas no âmbito do CES”

Três investigadoras - a belga Lieselotte Viaene, a portuguesa Catarina Laranjeiro, e a norte-americana Miye Nadya Tom - publicaram um capítulo numa coletânea de ensaios sobre más condutas sexuais na academia em que descrevem experiências de assédio sexual e moral pelas quais terão passado numa instituição não especificada.

O capítulo do livro, publicado em março deste ano pela editora britânica Routledge, começou rapidamente a circular entre os meios académicos portugueses por ser facilmente identificável o centro de investigação em causa. Ainda que não refiram o nome, as três investigadoras têm em comum o facto de terem passado pelo Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, entre o início da década passada e 2018.

E o próprio CES, num email distribuído internamente e a que o Expresso teve acesso, reconheceu que se trata, de facto, da instituição. “Não mencionando nomes, o capítulo faz alegações sobre condutas anti-éticas no âmbito do CES", lê-se no email assinado pelo diretor do CES, António Sousa Ribeiro, e pela presidente do conselho científico, Ana Cordeiro Santos.

Num comunicado entretanto publicado na página do centro, a direção informa que vai investigar o caso: “Estando o CES comprometido com o tratamento diligente deste tipo de ocorrências, decidiu averiguar a fundamentação das alegações produzidas no capítulo supra-mencionado. Nesta medida, o CES irá constituir num curto prazo uma comissão independente à qual caberá a identificação de eventuais falhas institucionais e a averiguação da ocorrência das eventuais condutas anti-éticas referidas naquele capítulo.”

As investigadoras não quiseram prestar declarações ao Expresso e a Universidade de Coimbra não respondeu às questões do Expresso em tempo útil.

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