Com longas listas de espera, conseguir vaga numa creche é cada vez mais difícil
Problema da falta de vagas acentuou-se com o programa do Governo de gratuitidade das creches, que se estendeu ao setor privado. O problema é maior nas grandes cidades
Problema da falta de vagas acentuou-se com o programa do Governo de gratuitidade das creches, que se estendeu ao setor privado. O problema é maior nas grandes cidades
É cada vez mais difícil conseguir vaga numa creche, sobretudo se for gratuita. Os pais sem retaguarda familiar não têm onde deixar os filhos para voltar ao trabalho, depois de terminar a licença. O Governo vai criar mais 20 mil vagas até 2026, ainda assim será insuficiente para dar resposta a tanta procura.
O Daniel nasceu há sete meses. A procura por uma creche começou com ele ainda na barriga da mãe a meio da gravidez. Mas a busca tornou-se numa angústia para os pais. No fim da licença, a mãe teve de voltar ao trabalho e, sem vaga numa creche ou retaguarda familiar, o Daniel ficou com o pai, que passou a trabalhar à noite e teve de abdicar de quase metade do salário.
Para os pais que não têm mesmo solução é ainda mais difícil dizer que a lista de espera é longa.
Março e abril são, por norma, os meses de inscrição, nas creches. Este ano, o problema da falta de vagas acentuou-se com o programa do Governo de gratuitidade das creches, que se estendeu ao setor privado.
O Governo tem em marcha um plano apoiado pelo PRR para criar mais 20 mil vagas até 2026, mas não chega.
Para a Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular, é preciso duplicar a capacidade atual, o que é impossível em três anos apenas com novas construções, por isso, propôs ao Governo que facilite os procedimentos burocráticos para converter as salas já existentes nas instituições privadas e aumentar a oferta a curto prazo. Mas até ao momento não teve resposta.
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