Sociedade

Rapper Pluto, "o lobo de Wall Street" procurado pela Interpol, foi detido na República Checa

Rapper Pluto, "o lobo de Wall Street" procurado pela Interpol, foi detido na República Checa
D.R.

Braço direito do líder de um grupo criminoso, que vendia ações falsas e prejudicou centenas de brasileiros com falsos investimentos, era procurado desde 7 de março

O rapper angolano Daniel António João, conhecido como Pluto foi preso esta semana na República Checa, segundo noticia o jornal brasileiro Metrópoles. O angolano - que o Expresso tinha referenciado como parte de um grupo criminoso que vendia ações falsas e que estaria em parte incerta - estava em fuga à justiça na Áustria, acabando por entregar-se às autoridades checas.

O esquema do qual Pluto fazia parte - como escreveu o Expresso na sua edição de 17 de março passado - é descrito como “falso day trade” e foi delineado para enganar os investidores que pensavam estar a investir em empresas como a Coca-Cola, a McDonald’s ou a Microsoft, mas estavam apenas a encher as contas bancárias de uma organização criminosa que operou em Portugal durante quatro anos e enganou mais de 945 pessoas no Brasil.

“Os alvos eram sempre brasileiros residentes no Brasil, porque isso torna a investigação mais complexa”, explicou ao Expresso uma fonte policial brasileira. “Os crimes são cometidos a partir de Portugal, mas as vítimas estão no Brasil porque os criminosos sabem que se atacassem portugueses a Justiça portuguesa agiria imediatamente”, completa a mesma fonte.

A organização, que abriu quatro escritórios em várias zonas de Lisboa, incluindo um perto das Amoreiras, uma das zonas mais caras da capital, era liderada por David Souckup e Daniel Pluto. O primeiro, checo, cabecilha do grupo, foi preso na Alemanha após deixar Portugal e ficou em preventiva. O segundo, agora detido, estava a ser investigado no âmbito da Operação Difusão Vermelha.

O cantor que estava a ser procurado pela Interpol, aguarda agora pelo processo de extradição.

Pluto era um rapper de sucesso na Europa e em países do continente africano e chegou a participar num reality show semelhante ao Big Brother. O cantor era sócio da empresa Pineal Marketing - criada à imagem da empresa de Leonardo DiCaprio no filme de Martin Scorsese, “O Lobo de Wall Street” -, que foi alvo da operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que desmantelou uma organização criminosa transnacional com sede em Portugal.

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