O primeiro-ministro chamou esta semana a APED para uma reunião. Qual foi o objetivo desse encontro?
Fomos questionados pelo Governo para justificar o aumento de preços em determinados produtos, referidos num relatório que a ASAE elaborou e que tem vários erros. Demonstrámos inequivocamente que não somos nós que estamos a provocar a subida dos preços. É toda a cadeia agroalimentar que está a ser impactada pela subida generalizada dos custos de produção. A inflação a nível da produção e da indústria alimentar até é superior à registada no retalho.
A ASAE apurou que as três maiores cadeias de distribuição têm, em média, margens de lucro brutas superiores a 40% em vários produtos básicos, nomeadamente em frutas e legumes. Como se explica que estas margens sejam tão altas?
Se eu comprar um produto a um fornecedor por 1 euro e o vender por 2 euros estou a ter uma margem bruta de 50%, mas não estou a ter um lucro de 50% porque temos várias despesas: temos de pagar salários, pagar o transporte, a logística, o investimento, a manutenção, etc. A margem líquida média do retalho alimentar, em Portugal e em todo o lado, é na ordem dos 2-3%. Por outro lado, quando vai a um restaurante, paga 20 euros por uma garrafa de vinho que no supermercado custa 1 euro e não há nenhuma ilegalidade nisso, nem lhe passa pela cabeça questionar porque é que o restaurante está a ter uma margem de lucro bruta tão alta.
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