O secretário-geral da ONU, António Guterres acaba de anunciar um cenário péssimo para o mundo, ao afirmar que a igualdade de género está “a 300 anos de distância”, de acordo com as últimas estimativas da ONU Mulheres. E acrescentou: o progresso no sentido da igualdade de género está “a desfazer-se à frente dos nossos olhos.” Portugal corre este risco? Qual o retrato que faz da desigualdade de género no nosso país?
É importante termos presente que a questão dos direitos das mulheres no mundo tem evoluído a ritmos diferentes. Consoante o contexto. Pelo que há contextos que são muitíssimo mais dramáticos, do que aqueles em que se encontram as mulheres portuguesas. Sem prejuízo, de que este é um trabalho que está ainda inacabado, que há ainda muito caminho para percorrer. E é nisso que estamos empenhados. Mas devemos prestar muita atenção ao alerta que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, faz. Porque temos assistido nos últimos anos a mudanças, ao nível do regime político, que têm colocado nesses territórios imensas dificuldades à concretização dos direitos das mulheres. Ou têm mesmo adotado medidas fazer regredir as conquistas alcançadas. Olhando para Portugal, temos que olhar para aquilo que éramos há 48 anos, quando se deu a Revolução dos Cravos, em que o panorama das mulheres não diferia muito de outros onde as mulheres ocupavam um papel perfeitamente tido como secundário e submisso à vontade e ao domínio masculino. O caminho que foi possível fazer, e sobretudo nos últimos anos, com um conjunto de alterações legislativas implementadas, dá-nos conta de ganhos muito importantes que interessa não perder de vista. Porque esses bons resultados nos animam a continuar o trabalho.
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