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“Bati nuns marroquinos”, disse o cabecilha: relatos dos migrantes de Beja, que não “comiam durante dias” e dormiam com “bichos que mordem”

“Bati nuns marroquinos”, disse o cabecilha: relatos dos migrantes de Beja, que não “comiam durante dias” e dormiam com “bichos que mordem”
Antonio Masiello

A Polícia Judiciária (PJ) tinha uma ideia muito clara da “miséria humana” que iria encontrar quando a megaoperação arrancou no Alentejo. Os imigrantes não tinham dinheiro nem comida, eram agredidos e ameaçados. Ucranianos arriscaram fazer queixa

“Bati nuns marroquinos”, disse o cabecilha: relatos dos migrantes de Beja, que não “comiam durante dias” e dormiam com “bichos que mordem”

Hugo Franco

Jornalista

“Bati nuns marroquinos”, disse o cabecilha: relatos dos migrantes de Beja, que não “comiam durante dias” e dormiam com “bichos que mordem”

Raquel Moleiro

Jornalista

A Polícia Judiciária (PJ) tinha uma ideia muito clara da “miséria humana” que iria encontrar quando a megaoperação arrancou no Alentejo. Ao longo de mais de um ano as vigilân­cias, e principalmente as escutas, revelavam a crueldade com que os líderes e colaboradores da rede tratavam as centenas de trabalhadores imigrantes que tinham sob o seu domínio, em total dependência e sem qualquer liberdade de movimentos.

A fome, as condições desumanas das habitações e a violência transparecem nas transcrições. Sem receberem qualquer pagamento certo, depressa começava a faltar comida. Numa chamada, uma das arguidas alerta um dos líderes que há trabalhadores “a morrer de fome” — este autoriza excecionalmente que sejam pagos “não mais do que 50 euros” a cada um. Noutro telefonema, um imigrante diz que já não aguenta mais, não come há três dias e só com água não dá para sobreviver. Um outro lamenta-se que não tem um cêntimo e não come nada desde o dia anterior. Há quem se queixe dos quartos com pulgas “e outros bichos que mordem” e de sanitas alinhadas ao ar livre.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.

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