Sociedade

Sabem o que fazer e dizer quando detidas, usam aplicações que não nomeiam, dizem-se “disruptivas”: quem são as ativistas que ocupam escolas

18 novembro 2022 7:59

Carla Tomás

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Jornalista

Ana Brígida

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Fotógrafa

Clara lê a carta de demissão que gostavam de ver o ministro assinar rodeada de polícias

Estudantes ocuparam escolas pelo Fim ao Fóssil e foram recebidas pelo ministro da Economia, cuja demissão pediram

18 novembro 2022 7:59

Carla Tomás

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Ana Brígida

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Cara fechada seguida de uma corrida até se sentarem com uma mão colada ao chão, na entrada do Ministério da Economia. Vincam que dali não saem pelo seu pé. Numa fração de segundos, as coisas acontecem. Mas detrás destas ações, há uma preparação. Calmas, escrevem na mão duas palavras — “está colada” — para que a polícia tenha cuidado quando as puxar. E na perna rabiscam um número de telefone, conscientes de que podem ser detidas. Sabem o que dizer, como agir e estar numa ação de desobediência civil, fruto de formação coletiva em movimentos sociais.

Aos 20 anos, Alice parece que anda há muitas vidas nesta luta. Esta terça-feira deixou-se ser levada por um polícia como um cesto leve da porta do Ministério da Economia para uma esquadra no Martim Moniz. “A polícia assusta sempre um pouco, mas não tanto como a crise climática”, diz. Não foi a primeira vez. Já fora detida numa ação da Climáximo contra uma petrolífera em Espanha, mas o processo acabou arquivado. O desta semana ficou suspenso provisoriamente, após aceitarem não invadir mais nada tão cedo. “Queremos focar a nossa energia em coisas mais importantes agora e preparar as novas ocupações planeadas para a primavera”, conta a porta-voz do movimento Fim ao Fóssil, que tem dado que falar.