Sociedade

“Temos, de facto, que considerar a possibilidade de encerrar algumas maternidades”

“Temos, de facto, que considerar a possibilidade de encerrar algumas maternidades”
Regis Duvignau

O coordenador nacional da comissão de resposta em urgência de ginecologia, obstetrícia e blocos de partos defende que tem de ser considerada a possibilidade de encerrar algumas maternidades em Portugal. Sobre outras propostas com possíveis soluções por parte desta comissão, Ayres de Campos diz que só “depois dos meses de verão”

“Temos, de facto, que considerar a possibilidade de encerrar algumas maternidades. Em primeiro lugar, nós não conseguimos formar, nem atrair médicos obstetras e ginecologistas, em tempo útil, para acudir a alguns problemas”, afirmou o coordenador nacional da comissão de acompanhamento de resposta em urgência de ginecologia, obstetrícia e bloco de partos, Diogo Ayres de Campos, em entrevista à TSF e ao JN.

Para o também diretor do serviço de ginecologia e obstetrícia do Hospital de Santa Maria, está é “a única forma” de, a curto prazo, dar resposta ao problema.

Contudo e, apesar de ressalvar que a questão ainda não foi discutida no grupo de trabalho, Ayres de Campos afastou a possibilidade de encerrar maternidades “que estão muito distanciadas”, como a de Bragança, Abrantes ou Portalegre, considerando que “são essenciais” para manter a população local.

De modo a evitar perturbações nos serviços na época do Natal, este responsável espera entregar propostas entre setembro e outubro, mas lembrou que a comissão não tem “nenhuma garantia” de que o consiga fazer.

“Dentro daquilo que for possível fazer, eu irei tentar que tenhamos soluções relativamente rápidas, logo a seguir aos meses de verão”, assegurou.

Já no que se refere à colaboração com os privados, Diogo Ayres de Campos considerou ser “extremamente difícil” ter esse tipo de respostas.

Conforme sublinhou, os hospitais privados têm as suas próprias rotinas e uma forma de funcionar “mais individualizada”, o que também “condiciona mais partos induzidos e cesarianas”.

Ainda assim, acrescentou que esta é uma questão que poderá voltar a estar em cima da mesa, caso a situação em Lisboa e vale do Tejo e no Alentejo não seja controlada em agosto.

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