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Covid-19: uso de máscara deixa de ser obrigatório em Portugal, com duas exceções (e a escola não é uma delas)

Ministra da Saúde, Marta Temido
Ministra da Saúde, Marta Temido
MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Em conferência, Marta Temido anunciou que o uso de máscara só será obrigatório nos transportes públicos e em locais de prestação de serviços de saúde ou lugares com pessoas vulneráveis. Alteração deve entrar em vigor no sábado. No entanto, não descarta a possibilidade de que o uso de máscara volte a ser recomendado no futuro

Covid-19: uso de máscara deixa de ser obrigatório em Portugal, com duas exceções (e a escola não é uma delas)

Marta Gonçalves

Coordenadora de Multimédia

Assim que for publicada a resolução do Conselho de Ministros deixará de ser obrigatório o uso de máscara nos locais fechados. Há, no entanto, duas exceções: hospitais, locais de prestação de serviços de saúde e lares de idosos; e transportes públicos.

Em conferência de imprensa, esta quinta-feira, após a reunião do Conselho de Ministros, Marta Temido, ministra da Saúde, confirmou a alteração da medida de contenção da pandemia de covid-19, explicando que as exceções onde o uso de máscara se mantém devem-se ao facto de serem locais frequentados por pessoas “especialmente vulneráveis”, como hospitais ou residências para idosos, ou locais fechados e “onde o arejamento” é impossível, como os transportes públicos.

“Alteramos o enquadramento porque estamos a assumir que as circunstâncias da pandemia mudaram. A percentagem de vacinação e de reforço de vacinação é reconhecidamente muito protetora; há novos fármacos para a doença grave, que vão chegando ao mercado; temos mais conhecimento sobre a doença; e temos uma conjuntura internacional favorável. Em termos de sazonalidade, os meses de verão são tradicionalmente menos favoráveis à transmissão de vírus respiratórios”, disse.

É também com o argumento da sazonalidade, que a ministra da Saúde deixa a garantia que se for necessário reverter a decisão, isso acontecerá. “Sazonalmente podemos ter de modelar as nossas medidas.”

O estado de alerta em vigor decretado pelo Governo termina esta sexta-feira em às 23h59. Assim é expectável que a resolução do Conselho de Ministros seja publicada a tempo de entrar em vigor já no próximo sábado.

Temido explicou ainda que a situação pandémica em Portugal apresenta uma “dupla circunstância”. Por um lado, o número de camas ocupadas em unidades de cuidados intensivos por doentes covid “é largamente inferior” (46) ao valor de referência (170) que define as medidas de contenção. Por outro, o número de mortes a 14 dias por milhão de habitantes é superior (27,9) ao indicador definido (20).

“A mortalidade por todas as causas no nosso país encontra-se dentro do esperado para esta época do ano, em alguns dias com excesso, mas dentro dos valores de referência”, disse ainda a ministra, reforçando que a mortalidade se mantém estável desde fevereiro.

Novo reforço da vacina no outono-inverno

Em linha com a recomendação da Comissão Técnica de Vacinação contra a covid-19, a nova dose será administrada ainda antes do início do período de outono e inverno, antecipando um eventual agravamento da situação epidemiológica nessa altura.

“A Comissão Técnica de Vacinação contra a covid-19 considerou que seria de recomendar, de facto, uma segunda dose de reforço e esse segundo reforço deveria acontecer com uma sazonalidade de maior risco”, explicou a ministra da Saúde.

Em abril, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças e a Agência Europeia do Medicamento já tinham recomendado uma quarta dose da vacina, apenas para maiores de 80 anos de idade.

Sem referir a que grupo em concreto seria administrado esse reforço da vacina em Portugal, Marta Temido disse que as autoridades de saúde estão a “preparar esse momento”, admitindo a possibilidade de antecipar.

“Dentro deste quadro, naturalmente que as estruturas técnicas do Ministério da Saúde, designadamente o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, continuam a acompanhar aquilo que é a evolução da efetividade vacinal no sentido de medir eventuais decaimentos que possam recomendar a antecipação desta segunda dose de reforço”, explicou.

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