O alemão Christian Brückner foi constituído arguido no caso da morte de Madeleine McCann, no Algarve. Uma nota da Procuradoria de Faro revela que na investigação ao desaparecimento, em 2007, de Madeleine McCann foi, esta quarta-feira, constituído um arguido, sem no entanto revelar a identidade.
O arguido foi constituído pelas autoridades alemãs em execução de um pedido de cooperação judiciária internacional emitido pelo Ministério Público de Portugal.
Brückner vivia em Portugal na altura em que Madeleine McCann desapareceu e estaria perto da aldeia da Luz no dia do desaparecimento, Já na Alemanha, terá sido ouvido por testemunhas a gabar-se de ser o responsável pelo desaparecimento da criança. Esteve preso em Portugal por roubo de gasolina e tem cadastro por agressões sexuais.
Em reação à sua constituição como arguido, o seu advogado, Friedrich Fülscher, disse ao jornal "Bild": "Sem conhecer detalhadamente a situação jurídica portuguesa, assumo que esta medida é um truque processual para evitar a prescrição iminente em poucos dias."
O advogado acrescenta que, ao contrário do que acontece na Alemanha, o crime de homicídio prescreve ao fim de 15 anos em Portugal e esse prazo termina em 3 de maio deste ano.
O inquérito é dirigido pelo DIAP de Faro (secção de Portimão) com a coadjuvação da Polícia Judiciária. A investigação tem-se desenvolvido com cooperação das autoridades inglesas e alemãs.
Brückner está a cumprir atualmente uma pena de sete anos de prisão pela violação de uma mulher americana na Praia da Luz em 2005 e não foi ainda formalmente acusado pelo sequestro e assassínio de Madeleine McCann, embora seja o principal suspeito dos investigadores alemães no caso da menina inglesa, suspeita reforçada agora pelo facto de ter sido constituído arguido agora,
Em junho de 2020, a procuradoria de Braunschweig abriu um processo contra Brückner, de 44 anos, com base em "provas materiais", mas um ano depois a acusação ainda não se concretizou.
Maddie desapareceu do apartamento turístico que a sua família alugou na Praia da Luz, no Algarve, na noite de 03 de maio de 2007, quando tinha 3 anos, retirada do quarto onde dormia com mais dois irmãos.
O desaparecimento da rapariga fez correr muita tinta em Portugal e no mundo e entre os vários suspeitos apontados chegaram a constar os próprios pais que também foram constituídos arguidos e depois ilibados pelas autoridades portuguesas.
Até hoje é desconhecido o que aconteceu à criança britânica, num caso que levou a um processo por parte dos pais contra o inspetor da Polícia Judiciária - Gonçalo Amaral - que conduziu a investigação e que escreveu um livro polémico em que os progenitores apareciam como principais suspeitos.
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