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MNE estuda “solução excecional” para ‘barrigas de aluguer’ na Ucrânia

MNE estuda “solução excecional” para ‘barrigas de aluguer’ na Ucrânia
Ian Waldie

Há cerca de 30 casais com gestações de substituição na Ucrânia. Muitos querem trazer as gestantes para a segurança de Portugal

MNE estuda “solução excecional” para ‘barrigas de aluguer’ na Ucrânia

Helena Bento

Jornalista

MNE estuda “solução excecional” para ‘barrigas de aluguer’ na Ucrânia

Raquel Moleiro

Jornalista

A decisão foi tomada em poucas horas. Estavam sentados no sofá da sala, em casa, quando perceberam que tinham de partir para a Roménia ainda naquela noite. Eram 6h da manhã do dia 2 de março quando Maria e João (nomes fictícios) entraram num avião, em Lisboa, com destino a Bucareste, capital do país. Dali seguiram de carro até à fronteira com a Moldávia. Depois de a atravessarem, a cerca de dois quilómetros, junto a uma bomba de gasolina, eram esperados pela mulher ucraniana com quem tinham combinado encontrar-se. Estava com os dois filhos e o namorado e trazia na barriga a filha do casal português. Reunidos, partiram para a capital romena, onde ainda se encontram. Embora “gerindo tudo quase ao minuto” e “sob uma tensão inacreditável”, dizem que correu “tudo bem”, mas os obstáculos não terminaram.

Querem trazer a mulher para Portugal, mas o contrato que assinaram com a agência ucraniana para a gestação de substituição — vulgo ‘barriga de aluguer’ — não é válido nem legal no nosso país, o que significa que se a crian­ça nascer em território nacional será considerada mãe a gestante ucraniana, apesar de não ter qualquer ligação genética com o bebé — nem o desejar —, e só o cidadão português será reconhecido como pai. Na Ucrânia, a parturiente renuncia ao bebé logo após o nascimento, e a criança é registada na embaixada de Portugal, em Kiev, como filha de pai e mãe portugueses.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: hrbento@expresso.impresa.pt

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