Sociedade

Ex-diretora do SEF inquirida pela IGAI sobre morte de Ihor: novas revelações colocam Cristina Gatões em causa

Inspeção-Geral da Administração Interna suspeita de “blindagem corporativista”

A antiga diretora do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Cristina Gatões, que se demitiu da direção do SEF sem nada esclarecer sobre o seu papel num caso em que a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) concluiu ter existido “blindagem corporativista”, foi inquirida, em 2021, pela IGAI sobre a morte do cidadão ucraniano Ihor Homeniuk. De acordo com o Diário de Notícias, novas revelações colocam as ações de Cristina Gatões em causa.

O óbito de Ihor Homeniuk foi declarado pelo INEM às 18h40 de 12 de março de 2020 no centro de detenção do aeroporto de Lisboa. A diretora diz ter sabido da morte pouco depois, através do então diretor de Fronteiras de Lisboa (DFL), Sérgio Henriques. A antiga diretora recebeu, às 19h37, um e-mail do inspetor coordenador de turno no aeroporto (Francisco Anjos), com a ficha do INEM. Na ficha lia-se que Ihor “tinha sido encontrado em paragem cardiorrespiratória presenciada, após crise convulsiva”, assim como a cópia do passaporte respetivo e o relatório de urgência referente ao seu atendimento no Hospital de Santa Maria, a 10 de março.

Nesse dia, Cristina Gatões deu conhecimento da situação à chefe de gabinete do então ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita. Contudo, apesar de ser legalmente obrigada a comunicar qualquer óbito em custódia à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI), o IGAI só foi notificado a 17 de março. No entanto, não foi Cristina Gatões a comunicar a morte à IGAI, mas o coordenador da Inspeção Interna do SEF, João Ataíde, que primeiro e a pedido da ex-diretora, visionou as imagens das câmaras de vigilância do centro de detenção onde Ihor morreu. Na altura, foi assumido que “não resultaram indícios objetivos da existência de situações anómalas”, refere o jornal.

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