
Há dois mil anos que o Homem procura traçar o retrato de Cristo. A infância, a juventude, a vida adulta. A investigação contemporânea já não passa pela história, pela teologia ou pela arqueologia
Há dois mil anos que o Homem procura traçar o retrato de Cristo. A infância, a juventude, a vida adulta. A investigação contemporânea já não passa pela história, pela teologia ou pela arqueologia
Tomemos um padre ortodoxo russo assassinado há duas décadas — pelo KGB, por um agressor? — de forma misteriosa: Alexandre Men fala de um Jesus como mestre espiritual, a quem nada escapa do quotidiano, mas alheio à “euforia doentia” de alguns fundadores religiosos. Juntemos-lhe um padre jesuíta norte-americano, que acompanha grupos marginalizados e comunidades de crentes LGBT: James Martin faz uma viagem pela Terra Santa à descoberta de um Jesus ele próprio pregador itinerante. Ou ainda um pastor protestante metodista inglês, escritor prolífico e um dos autores atualmente mais conhecidos na interpretação bíblica: James D.G. Dunn admite que Jesus talvez não se visse a si mesmo como filho de Deus, mas que essa afirmação era central já no cristianismo primitivo. Que retrato de Jesus pode daqui sair?...
Olhemos a arte de um pintor russo de há 100 anos, que talvez seja quem nos dá uma imagem mais provável de Jesus: ainda assim, a pintura de Vasily Dmitrévitch Polénov (1844-1927) está longe da “força espiritual que emana dos evangelhos”, escreve Alexandre Men (1935-1990) no livro “Jésus, le Maître de Nazareth” (“Jesus, o Mestre de Nazaré”, ed. Nouvelle Cité, que leva o subtítulo “Uma vida de Jesus para o homem de hoje”). Ou a abordagem narrativa e poética de um cardeal português: José Tolentino Mendonça fala da perda e do encontro como dimensões que acompanham os mistérios da identidade de Jesus. E que Jesus pode sair daqui?
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