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Porque tem a França tanto medo de Deus? A religião é vista como uma ameaça à identidade nacional

Porque tem a França tanto medo de Deus? A religião é vista como uma ameaça à identidade nacional

O país vive no paradoxo de uma sociedade muito aberta e muito fechada. Na vida privada, todos são como querem. Nas ruas, o universalismo reina. Assimilem-se é a palavra de ordem

Rachel Donadio / “The Atlantic”

Que forças mantêm uma democracia liberal? Que forças a podem destruir? Estas eram algumas das questões na minha mente este ano enquanto ouvia o ministro francês da Educação, Jean-Michel Blanquer, defender uma proposta que tinha sido apresentada à nação. O cenário era grandioso: o Senado francês, uma câmara tão elegante como um teatro de ópera. A lei que defendia era igualmente grandiosa, pelo menos no nome: Princípios da República e a Luta contra o Separatismo. Blanquer falava sob o olhar de mármore de Jean-Baptiste Colbert, o arquiteto da França moderna inicial, visível numa alcova alta por trás dele. Os caracóis de Colbert davam-lhe pelo joelho, num contraste com a coroa polida de Blanquer.

Agora consagrada no sistema jurídico, a lei antisseparatismo é a última salva numa batalha de séculos entre o Estado francês e a religião organizada. Impulsionada pelo governo do Presidente Emmanuel Macron, foi concebida para colocar ainda mais peso oficial atrás da ideia de laicidade, um termo mais ou menos traduzível por “secularismo”, mas que é significativamente mais complicado, e tem uma carga política maior.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.

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