Sociedade

Jovens ativistas manifestam-se pela urgência da justiça climática

Fotografia tirada numa das greves climáticas anteriores, em Lisboa.
Fotografia tirada numa das greves climáticas anteriores, em Lisboa.
NUNO FOX

Um grupo de jovens ativistas junta-se esta sexta-feira na escola António Arroio, em Lisboa, para manifestar a urgência da justiça climática, apelando à mobilização, dado que "os governos não têm feito nada"

Várias dezenas de jovens do coletivo "Greve Climática Estudantil" concentraram-se esta sexta-feira à porta da escola António Arroio, em Lisboa, tendo-se juntado depois a jovens em outras duas escolas para se manifestarem face à urgência da justiça climática.

"A greve às aulas [que estamos a fazer hoje] é uma consequência muito menor das consequências que podemos vir a enfrentar com as alterações climáticas. Os jovens estão muito alarmados" defendeu em declarações à Lusa, a porta-voz do coletivo, Salomé Rita, presente na manifestação, que decorreu em Lisboa, em resposta a um apelo internacional do 'Fridays For Future'.

Em oposição, a ativista negou que os decisores políticos estejam preocupados com a crise climática.

"Os governos não têm feito nada. Todas as propostas colocadas em cima da mesa não tiveram uma ação imediata. Existe muita inação e é por isso que saímos às ruas. Queremos mobilização", apontou.

Os jovens do coletivo exigem a requalificação dos profissionais, o desenvolvimento da ferrovia, o investimento nos transportes públicos e que estes sejam gratuitos, de modo a diminuir o uso de veículos pessoais.

Bruna Silva, também porta-voz da organização, sublinhou que atualmente os recursos existem, mas que "é necessário uma grande coragem por parte das estruturas políticas para os alocar para o que realmente importa. O que está em causa é a sobrevivência de toda a humanidade".

O protesto, que se quis inclusivo, de acordo com a organização que promove os protestos em Portugal desde 2019, dirigiu-se para as escolas Nuno Gonçalves e Dona Luísa de Gusmão, com o objetivo de angariar mais participantes, e terminou na Alameda.

"Não há planeta B", "apaga as luzes quando sais de casa", "aqui há capitalistas há" foram algumas das palavras de ordem que se podiam ouvir e ler nos cartazes levantados.

Além de Lisboa estão previstas para hoje ações de jovens ativistas para oito localidades: Alcácer do Sal, Braga, Caldas da Rainha, Leiria, Faro, Guimarães, Porto e Santarém.

Esta greve climática estudantil foi convocada pelo 'Fridays For Future' com cerca de 1.500 ações em vários pontos do mundo.

O movimento ambientalista surgiu em 2018 quando a jovem ativista sueca Greta Thunberg protestou durante três semanas escolares em frente ao parlamento sueco, a favor da justiça climática.

A última greve climática global realizou-se em 24 de setembro e juntou cerca de 800 mil pessoas em mais de 1.500 cidades, segundo o balanço do 'Fridays for Future'.

Na página do movimento global que promove as iniciativas, o 'Fridays for Future' escreve que os estudantes não têm outra escolha: "Estamos a lutar pelo nosso futuro e pelo futuro dos nossos filhos. Fazemos greve porque ainda há tempo para mudar, mas o tempo é essencial".

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