Os alunos da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa receberam esta quarta-feira a informação de que seriam obrigados a instalar um programa de vigilância nos seus computadores pessoais para poder realizar os exames de recurso referentes ao 1.º semestre deste ano letivo. O requisito foi dado a conhecer num e-mail enviado pelo Secretariado dos Órgãos da Faculdade: “As provas serão agora monitorizadas por um programa de proteção, o que implica uma configuração prévia do seu sistema”, pode ler-se na mensagem a que o Expresso teve acesso.
No entanto, menos de 24h depois, a Direção da Faculdade recuou na decisão e alterou as regras: os exames serão afinal presenciais, e os alunos que não conseguirem deslocar-se às instalações da Faculdade podem fazer um requerimento para serem autorizados a realizar as provas à distância através do Zoom, desde que os casos sejam "devidamente fundamentados".
"A FDUL encontrava-se a preparar, em sede dos órgãos próprios e em articulação com os alunos, o reforço da fiabilidade do sistema Moodle, associando-o a uma solução de proctoring", pode ler-se no despacho desta quinta-feira que reverteu a decisão, que cita "dúvidas em matéria de proteção de dados" por parte da comunidade estudantil."
O software em questão, o Proctorio, tem a capacidade de filmar com áudio os alunos durante a execução das provas. Além disso, também é capaz de recolher informações pessoais relacionadas com o uso de internet dos utilizadores.
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