A Associação Nacional de Proprietários Rurais (ANPC), a Fencaça e a Federação Nacional de Caçadores Portugueses (CNPC) dizem repudiar a morte de 540 veados, gamos e javalis, na Quinta da Torre Bela, na Azambuja.
Em comunicado, estas três organizações de caça dizem lamentar profundamente a forma como os organizadores deste evento, alegadamente um grupo espanhol que organiza caçadas, vieram para as redes sociais vangloriar-se deste abate massivo, "contrariando todos os princípios éticos que devem estar subjacentes ao nobre ato de caçar". E acrescentam: "Caça não é isto! Os caçadores não se revêm e repudiam este episódio", lembrando que "montaria, como qualquer outro ato de caça, reveste-se de um conjunto de normas de ética e de conduta por parte dos caçadores que não terão sido cumpridos no caso vertente".
Os caçadores instam o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) a averiguar cabalmente a situação ocorrida no passado fim de semana na Herdade da Torre Bela, tendo em vista apurar se houve violação da legislação vigente e, caso se confirme que tal ocorreu, a sancionar os responsáveis de forma consonante. E querem que o ICNF averigue "urgentemente" as circunstâncias em que este abate ocorreu na Herdade da Torre Bela e se o mesmo foi uma ação de gestão da população, devidamente programada e nos termos previstos na lei, necessariamente com caráter sustentável. "ou se, pelo contrário, ocorreu um abate massivo de animais tendo em vista o seu extermínio, aniquilando o património cinegético aí existente, situação em que estariam claramente a ser violados não apenas princípios éticos da caça, como estariam igualmente a ser violados princípios técnicos e os princípios gerais da Lei de Bases Gerais da Caça".
Entretanto, o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, já anunciou que o ICNF vai fazer uma queixa-crime e revogar de imediato a licença de caça da quinta da Azambuja. E o ICNF revelou que deu já início a um processo de averiguações junto da Entidade Gestora da Zona de Caça Turística no sentido de apurar os factos ocorridos e eventuais ilícitos nos termos da legislação em vigor
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