Sociedade

Covid-19. Vão ser criados postos móveis para vacinação

Covid-19. Vão ser criados postos móveis para vacinação
ANDRÉ KOSTERS

Meios urbanos vão ter centros dedicados para administrar a vacina sobretudo à população não prioritária. Novo plano de vacinação será apresentado na sexta-feira

São duas garantias a reter: “Haverá vacinas para todos os portugueses que se queiram vacinar; teremos vacinas de sobra” e “mesmo que a entrega (a primeira) ocorra na noite de dia 24, haverá as pessoas indicadas para as receber”, disse na manhã desta quarta-feira o coordenador do Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19 à Comissão Parlamentar de Saúde. Francisco Ramos assegurou que está tudo pronto para iniciar a inoculação de imediato e que na sexta-feira será apresentado “um novo plano desenvolvido” para a distribuição das vacinas.

As doses devem começar a chegar nos três dias seguintes à aprovação da Agência Europeia de Medicamentos, que esta semana antecipou a data de 29 para 23 de dezembro, a três pontos de entrega no continente e nas ilhas e a partir de onde serão encaminhadas pela distribuição farmacêutica para os locais de administração. A par dos centros de saúde, lares e gabinetes de saúde ocupacional, vão ser abertos outros circuitos. Haverá apoio de unidades móveis e vacinação ao domicílio quando possível e logo que as doses entregues se tornem expressivas, os meios mais urbanos terão centros dedicados para vacinar, sobretudo quem não é de risco. Estes postos funcionarão “sob a responsabilidade de equipas na esfera dos centros de saúde” e serão “locais de maior acessibilidade e conforto”, precisou o responsável.

Aos deputados, Francisco Ramos reiterou que ninguém vai ficar de fora, inclusive os portugueses que não utilizam os cuidados primários, os utentes sem médico de família ou os residentes em lares ilegais. Todos terão acesso, previamente agendado. Haverá em breve uma linha de apoio telefónico para facilitar as marcações, desde logo para os doentes com patologias de risco acompanhados fora da rede pública.

O agendamento é essencial para a segurança da inoculação, dado serem necessárias duas doses iguais e com um intervalo de 21 a 28 dias, mas também para a fluidez da administração. Francisco Ramos fez saber que a atividade dos 1200 centros de saúde não será prejudicada: “Só 20% dos enfermeiros vão participar na vacinação, portanto a restante atividade não será comprometida.”

Também pouco esperado é um congestionamento no aprovisionamento. No caso das primeiras doses a receber, da Pfizer, a temperatura de 70 graus celsius negativos só é necessária no armazém, onde as vacinas podem permanecer seis meses. Fora dali, as caixas térmicas fornecidas pelo fabricante aguentam 30 dias fechadas e, depois de abertas, há cinco dias para administrar as doses, guardadas num frigorífico comum.

Francisco Ramos reconhece, para já, apenas um revés. O calendário para as primeiras entregas sofreu alterações e a proteção do primeiro grupo não ficará completa em fevereiro mas só em abril. A Pfizer está com dificuldades no acesso a matéria prima e a produção vai sofrer uma quebra de 20% a nível europeu durante o primeiro trimestre do próximo ano.

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